"Sanções especiais" à Rússia, acelerar entrada da Ucrânia na UE? Marcelo pede resposta conjunta dos aliados em vez de cada um "atuar por si"

Agência Lusa
2 mar 2022, 20:43
"Tudo o que for legitimo fazer a comunidade internacional fará"

Sobre a abstenção de Angola e Moçambique na ONU na condenação à guerra, o Presidente não comenta

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta quarta-feira que relativamente à Ucrânia se deve "atuar em conjunto" com a União Europeia e aliados "em tudo o que é economia, finanças, diplomacia, política", evitando posições bilaterais.

O chefe de Estado respondeu assim quando interrogado sobre a pretensão da Ucrânia de aderir à União Europeia e sobre o pedido da embaixadora ucraniana em Portugal, Inna Ohnivets, de "sanções especiais" contra russos com nacionalidade portuguesa.

"Há aqui uma preocupação muito grande, que entendem bem, que é não ser cada um para seu lado, quer dizer, não haver posições bilaterais, mas sim posições europeias, e mais os aliados, em tudo o que é economia, finanças, diplomacia, política", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa perante os jornalistas, junto ao Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, em Odivelas, no distrito de Lisboa.

"O caminho a percorrer é esse: é atuar em conjunto. A atuação em conjunto é mais forte, é mais eficaz, não cria clivagens nem divergências. É o que temos feito, é o que vamos continuar a fazer", acrescentou.

O Presidente da República, que tinha acabado de discursar na apresentação de uma iniciativa de doação de livros para uma biblioteca da cidade angolana de Luena, não quis comentar as abstenções de Angola e de Moçambique em relação à resolução que condena a agressão russa contra a Ucrânia hoje aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

"Não vou comentar agora posições de Estados. O que interessa é reafirmar a posição portuguesa, reafirmar a posição tomada em conjunto com os parceiros europeus e com os seus aliados", declarou Marcelo Rebelo de Sousa à saída desta cerimónia, em que estiveram também o embaixador de Angola em Portugal, Carlos Fonseca, e o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa.

Interrogado sobre eventuais novas sanções adotadas por Portugal contra o regime de Moscovo, o chefe de Estado referiu que é o Governo quem "conduz a política externa, naturalmente, em permanente sintonia com o Presidente da República e com o parlamento" e escusou-se a comentar "medidas concretas".

"Nomeadamente porque tem havido uma preocupação de concertar essas posições no quadro europeu, e no quadro dos aliados da União Europeia. Portanto, Portugal o que tem feito, e tem feito de forma permanente e exemplar, é tomar as decisões que considera que são adequadas, mas sempre em conjunto e em diálogo com os demais parceiros da União Europeia e parceiros não europeus mas que são aliados nesta causa", prosseguiu.

Sobre a pretensão da Ucrânia de aderir à União Europeia, o Presidente da República remeteu a questão para as instituições europeias: "Sabem qual é a posição da União Europeia, a posição de princípio que tem sido defendida pela Comissão e pelo Parlamento Europeu. É nesse quadro que se coloca a posição portuguesa". "Esse é um problema político-institucional, e o caminho a percorrer é esse: é atuar em conjunto."

Marcelo Rebelo de Sousa ressalvou que "é evidente que cada um tem a sua posição, no sentido de que tem o seu voto", mas tratando-se de "uma matéria que é muito sensível" há que procurar "uma união de esforços" até onde seja possível. "Quer dizer, não haver um Estado a atuar por si, mas haver uma convergência europeia, tratar dos problemas a nível europeu, e ser a nível europeu, em diálogo com os aliados, que se tomam as decisões. Parece neste momento e neste caso ainda mais justificável do que nunca", reforçou.

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