Em causa estão "atos desumanos" - e não só. Israel diz que estes mandados são "uma recompensa para o terrorismo"
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o antigo ministro da Defesa Yoav Gallant, por alegados crimes de guerra na Faixa de Gaza. Também o líder do Hamas, Mohammed Deif, que Israel diz já ter matado, é alvo de um mandado de detenção devido ao ataque do 7 de outubro.
A informação é avançada num comunicado do TPI, citado pela agência Reuters, esta quinta-feira. Há "motivos razoáveis" para acreditar que Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant coordenaram ataques contra a população civil, aponta o documento. Em causa estão crimes de assassínio, perseguição e outros "atos desumanos", como a utilização da fome como instrumento de guerra.
O TPI explica que não é necessário que Israel aceite a jurisdição do tribunal para emitir mandados de captura, afirmando que tornar públicos os mandados é do interesse das vítimas e das respetivas famílias. A medida tomada por unanimidade implica que os visados sejam passíveis de prisão se viajarem para qualquer um dos mais de 120 países que fazem parte do TPI.
Entretanto, as reações já surgem do lado israelita, com o presidente israelita a dizer que os mandados de captura contra Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant são “uma decisão absurda” do TPI. Já o ex-primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, considera que a decisão é “um sinal de vergonha” para o TPI, enquanto o principal líder da oposição israelita, Yair Lapid, diz que a iniciativa do tribunal sediado em Haia é “uma recompensa para o terrorismo”.
Até ao momento, ainda não há qualquer reação por parte de Benjamin Netanyahu ou de Yoav Gallant, que foi recentemente afastado pelo primeiro-ministro israelita e substituído por Israel Katz.