EUA e Reino Unido pedem saída imediata dos seus cidadãos do Líbano

Agência Lusa , MJC
3 ago, 17:10
Protestos no Líbano, Beirute (AP)

Países temem "a possibilidade de uma escalada regional por parte do Irão e dos seus parceiros". Um ataque a Israel pode acontecer a qualquer momento

O Governo britânico apelou este sábado aos seus cidadãos para que abandonem o Líbano "agora" "enquanto as ligações comerciais estiverem disponíveis", num contexto de receio crescente de uma nova escalada militar entre Israel e o Hezbollah libanês."As tensões são elevadas e a situação pode deteriorar-se rapidamente (...). A minha mensagem para os cidadãos britânicos é clara: saiam agora", declarou o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Lammy.

A Embaixada dos Estados Unidos no Líbano também instou os seus cidadãos a abandonar o país, com “qualquer bilhete de avião disponível”, face aos receios crescentes de uma guerra total entre Israel e o Hezbollah libanês. Apesar das suspensões e cancelamentos de voos para Beirute, capital do país, “as opções de transporte comercial para sair do Líbano continuam disponíveis”, afirmou a embaixada, em comunicado citado pela AFP.

“Encorajamos aqueles que desejam deixar o Líbano a reservar qualquer bilhete disponível, mesmo que esse voo não parta imediatamente ou siga a rota da sua escolha”, refere a mesma nota.

A Suécia também já anunciou o encerramento da sua embaixada em Beirute, depois de ter aconselhado milhares de cidadãos a abandonar o país, e a França apelou aos seus cidadãos que visitam o Irão para que partam “o mais rapidamente possível”.

De acordo com uma fonte de segurança libanesa, um membro do Hezbollah foi morto hoje num ataque de um “drone israelita” a um veículo no sul do Líbano.

Por outro lado, o representante do Irão na ONU disse que esperava que o Hezbollah atacasse “profundamente” em território israelita e “não se limitasse a alvos militares”.

Os receios de uma conflagração regional aumentaram hoje no Médio Oriente, onde os Estados Unidos reforçaram as suas forças militares, na sequência do assassínio atribuído a Israel do líder do Hamas e da morte, num ataque israelita, de um alto responsável do Hezbollah, que Teerão e o movimento libanês prometeram vingar.

Perante "a possibilidade de uma escalada regional por parte do Irão e dos seus parceiros", Washington anunciou na sexta-feira "alterações à postura militar dos Estados Unidos" para "melhorar a proteção das forças armadas norte-americanas, reforçar o apoio à defesa de Israel e garantir que os EUA estão preparados para uma série de contingências".

O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, assassinado na quarta-feira em Teerão, foi sepultado na sexta-feira num cemitério perto de Doha, após uma homenagem prestada por milhares de fiéis na capital do Qatar, onde vivia no exílio. Jurando vingança, Irão, Hamas e Hezbollah acusaram Israel do assassínio, que ocorreu um dia depois de um ataque israelita ter matado o chefe militar do movimento islamita libanês, Fouad Shukr, perto de Beirute.

Estes dois ataques alimentam o receio de um prolongamento da guerra entre Israel, por um lado, e o Irão e os grupos que apoia no Líbano, na Síria, no Iraque e no Iémen, por outro.

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