“Emboscada complexa” que alegadamente matou 50/80 russos leva o Mali a romper relações diplomáticas com a Ucrânia

CNN , AnneClaire Stapleton e Mitch McCluskey
5 ago, 11:51
Porta-voz do governo do Mali, o coronel Abdoulaye Maiga (Associated Press)

Grupo Wagner está envolvido nesta história

O Mali rompeu as suas relações diplomáticas com a Ucrânia depois de Kiev ter fornecido informações aos rebeldes malianos envolvidos numa emboscada contra as forças do grupo Wagner, em julho.

“O governo de transição da República do Mali condena a hostilidade das autoridades da Ucrânia, que não viram que o Mali sempre pediu uma solução pacífica para a crise entre a Federação Russa e a Ucrânia”, disse o porta-voz do governo, coronel Abdoulaye Maiga (na fotografia), numa declaração televisiva transmitida este domingo.

Andriy Yusov, representante do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), disse que Kiev tinha fornecido aos militantes informações sobre o ataque, dizendo, na televisão ucraniana no final de julho, que “os rebeldes receberam as informações necessárias, o que permitiu uma operação militar bem-sucedida contra criminosos de guerra russos”.

O ataque em causa foi reivindicado por um grupo rebelde tuaregue juntamente com a JNIM (Jama'at Nusrat al-Islam wal-Muslimin), afiliada da Al Qaeda no Sahel. Conhecidos pela cooperação ad hoc, ambos parecem ter colaborado para capturar o comboio russo.

Após o ataque, o JNIM alegou que uma “emboscada complexa” tinha destruído o comboio, matando 50 russos e vários soldados malianos, tendo publicado vídeos que mostram vários veículos em chamas, como dezenas de corpos na área. Um porta-voz do grupo militante tuaregue disse que algumas tropas malianas e combatentes russos também foram capturados durante a batalha.

De acordo com alguns canais russos não oficiais do Telegram, cerca de 80 russos foram mortos, o que seria, de longe, a pior perda para os paramilitares russos em vários anos de operação em África, já que o Kremlin tem procurado usar as forças de procuração para desafiar a influência ocidental no Sahel e na África central e sustentar regimes instáveis.

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