Militares israelitas reconhecem que ataques mal calibrados mataram e feriram civis perto de pontos de distribuição de alimentos, mas rejeitam os números avançados pelo Hamas. Admitindo “erros trágicos”, prometem mudanças no terreno e encerram um dos centros
O exército israelita admite ter matado e ferido civis palestinianos junto a pontos de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza — entre eles, casos provocados por fogo de artilharia. Mas rejeita os números divulgados pelas autoridades de Gaza, que considera “exagerados”.
Segundo os militares, as tropas no terreno dispararam com munição real apenas quando se sentiram ameaçadas — nomeadamente, quando dezenas de pessoas se aproximaram fora das rotas autorizadas ou fora do horário dos centros geridos pela Fundação Humanitária de Gaza, apoiada por Israel e pelos EUA.
O IDF reconhece que “um pequeno número de pessoas” foi atingido nesses episódios. Mas admite também três “casos trágicos” em que o fogo de artilharia, lançado para afastar grupos de zonas não permitidas, acabou por atingir civis. Os projéteis caíram com pouca precisão, e resultaram em 30 a 40 vítimas palestinianas — entre elas, mortos.
“Não era suposto ter acontecido”, diz o exército. As mortes não foram deliberadas, mas sim fruto da imprecisão dos disparos, assume o próprio. Desde então, garante, deixaram de usar artilharia perto dos centros de apoio.
Cada incidente foi alvo de inquérito interno. O exército afirma estar a melhorar os acessos, sinalética e infraestruturas. Fala também na criação futura de mecanismos de triagem — hoje inexistentes — para travar a presença de membros do Hamas nas filas por alimentos.
Com base “nas lições aprendidas”, o IDF vai encerrar temporariamente o ponto de ajuda de Tel Sultan. No local, será construído um novo centro — com o objetivo de “reduzir o atrito com a população” e reforçar a segurança das tropas.
