Trump anuncia que Israel "concordou com as condições" para um cessar-fogo em Gaza

Kristen Holmes e Kylie Atwood
2 jul, 00:48
Destruição na Faixa de Gaza (EPA)

O presidente Donald Trump anunciou esta terça-feira que Israel “concordou com as condições necessárias” para finalizar um cessar-fogo em Gaza, embora não tenha sido imediatamente claro se o Hamas aceitaria os termos.

Dois funcionários da administração norte-americana confirmaram que o Hamas ainda tinha que concordar com o acordo. Numa publicação no Truth Social, Trump disse que Catar e Egito vão tratar da questão.

“Os meus representantes tiveram uma longa e produtiva reunião com os israelitas sobre Gaza”, escreveu Trump. "Israel concordou com as condições necessárias para finalizar o cessar-fogo de 60 dias, período durante o qual trabalharemos com todas as partes para acabar com a guerra. O Catar e os egípcios, que trabalharam arduamente para ajudar a trazer a paz, apresentarão esta proposta final. Espero, para o bem do Médio Oriente, que o Hamas aceite este acordo, porque a situação não vai melhorar - SÓ VAI PIORAR. Obrigado pela vossa atenção a este assunto!"

De acordo com uma fonte familiarizada com o assunto, a CNN noticiou anteriormente que responsáveis do Catar apresentaram ao Hamas e a Israel esta terça-feira uma nova proposta para um cessar-fogo de 60 dias, que é apoiada pela administração Trump.

A proposta foi finalizada após meses de esforços nos bastidores liderados pelo enviado-especial do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, disse a fonte. A proposta foi apresentada no mesmo dia em que o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, visitou Washington, DC para reuniões com altos representantes da administração Trump.

A nova proposta surge poucos dias depois de o Catar ter ajudado a mediar um cessar-fogo entre o Irão e Israel, após os ataques dos Estados Unidos e de Israel ao programa nuclear iraniano, e meses depois de uma primeira proposta de cessar-fogo apoiada pela administração Trump para Gaza ter sido rejeitada pelo Hamas.

Uma fonte disse à CNN que a nova versão - na qual os cataris também trabalharam - tentou levar em conta as preocupações do Hamas com a proposta anterior. Durante o cessar-fogo, os reféns israelitas seriam libertados em troca de prisioneiros palestinianos, acrescentou a mesma fonte.

A Casa Branca não comentou os pormenores da proposta, que foram noticiados antes da publicação de Trump no Truth Social.

Trump deverá reunir-se na segunda-feira com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que, segundo a CNN, estava a ponderar se pretendia um cessar-fogo ou intensificar os ataques a Gaza. Um responsável militar israelita disse à CNN que Israel não tinha atingido todos os seus objetivos de guerra, mas à medida que as forças do Hamas diminuíram e se esconderam, tornou-se mais difícil atingir eficazmente o que resta do grupo militante.

Netanyahu disse no domingo que “muitas oportunidades se abriram” na sequência das operações militares de Israel no Irão, incluindo a possibilidade de trazer para casa os restantes reféns detidos em Gaza.

Trump garantiu aos jornalistas que seria “muito firme” nas discussões com Netanyahu na reunião planeada para a próxima semana na Casa Branca e previu que o primeiro-ministro queria acabar com a guerra.

"Ele quer. Posso dizer-vos que ele quer. Acho que vamos chegar a um acordo na próxima semana", reiterou Trump.

Mas mesmo com uma nova proposta em cima da mesa, chegar a acordo sobre um cessar-fogo continua a ser um grande desafio. O Hamas há muito que defende um cessar-fogo permanente, pelo que não é claro se concordaria com uma trégua temporária de 60 dias. O Hamas também continua a manter a sua exigência central de que a guerra tem de acabar e de que teria de permanecer no poder, o que Israel não permitirá, disse uma outra fonte familiarizada com o assunto.

No entanto, tem havido algumas indicações de que o Hamas está disposto a mostrar alguma clemência nas suas posições de linha dura, concluiu a fonte.

Kevin Liptak, Dana Karni, Michael Schwartz e Oren Liebermann, da CNN, contribuíram para esta reportagem

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