EUA reagem à guerra: as tropas que vêm para a Europa, quando e para onde

CNN , Oren Liebermann e Michael Conte
25 fev 2022, 16:36
Conflito Rússia/Ucrânia (AP Photo/Oleksandr Ratushniak)

Há semanas que os EUA emitiam avisos de que o presidente russo, Vladimir Putin, iria iniciar um ataque à Ucrânia a uma escala que não se via há décadas

O Secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, destacou mais 7.000 tropas norte-americanas para a Europa, na quinta-feira, depois de a Rússia invadir a Ucrânia. Uma ação que tenciona apoiar os países da NATO na Europa de Leste, face à agressão de Moscovo.

Na quinta-feira, o presidente Joe Biden disse, na Casa Branca, que os EUA já tinham posicionado forças adicionais no espaço aéreo e no terreno na Europa, para a Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia e Roménia e adiantou que seriam enviadas “forças norte-americanas adicionais” também para a Alemanha.

“Os Estados Unidos vão defender todos os centímetros do território da NATO com todo o poder da força norte-americana”, disse o presidente. “E as boas notícias são que a NATO está mais unida e determinada do que nunca”.

Pouco tempo depois da declaração de Biden, um oficial de defesa sénior norte-americano disse aos jornalistas que Austin tinha dado ordens para um novo destacamento na Europa. “Isto incluiria uma equipa de combate blindada com capacidades e ferramentas associadas”, disse o oficial.

“Vão ser enviados para a Alemanha para reassegurar os aliados da NATO, pôr fim à agressão russa e estarem preparados para apoiar vários requisitos na região. Espera-se que partam nos próximos dias”, esclareceu.

A invasão russa ao seu país vizinho é o maior ataque militar convencional alguma vez visto desde a II Guerra Mundial, vincou o oficial de defesa sénior, na quinta-feira, resumindo as observações norte-americanas sobre o conflito atual.

“Não víamos um movimento convencional como este, de Estado-nação para Estado-nação, desde a II Guerra Mundial. Certamente não desta dimensão, alcance e escala”, disse o oficial aos jornalistas, na quinta-feira.

“E, se evoluir da forma que temos sido levados a acreditar, tem o potencial de ser muito sangrento, dispendioso e de ter um grande impacto na segurança a grande escala da Europa, talvez durante muito, muito tempo", acrescentou.

Há semanas que os EUA emitiam avisos de que o presidente russo, Vladimir Putin, iria iniciar um ataque à Ucrânia a uma escala que não se via há décadas. Os EUA e os seus aliados europeus vão aplicar sanções à Rússia, em resposta à agressão de Moscovo, apesar de o presidente dos EUA, Joe Biden, ter deixado claro que as tropas norte-americanas destacadas em países da NATO, na Europa de Leste, não se envolverão no conflito na Ucrânia, que não faz parte da NATO.

O ataque inicial da Rússia incluiu “três eixos principais de agressão”, de acordo com o oficial de defesa. O ataque incluiu mais de 100 mísseis lançados pela Rússia, incluindo mísseis balísticos de curto e médio alcance, mísseis de cruzeiro, mísseis terra-ar e mísseis lançados do Mar Negro.

Pelo menos 75 bombardeiros pesados e médios também fizeram parte do ataque inicial, disse o oficial. E a Rússia começou “algumas invasões no terreno” da Ucrânia, a partir da Bielorrússia, que faz fronteira a norte.

Moscovo justificou as movimentações das tropas russas na Bielorrússia com a prática de "exercícios militares".

Até agora, o exército russo tem escolhido alvos militares e de defesa aérea na Ucrânia, incluindo quartéis, armazéns de munições e quase dez aeródromos, enumerou o oficial.

“Não temos grande noção dos danos totais, apesar do que seria de esperar. Não temos grande noção do número de mortos, civis e/ou militares”, acrescentou o oficial.

Os EUA tencionam continuar a revelar seletivamente os planos de Putin, à medida que os descobrem, garantiram os oficiais nesta quinta-feira, apesar de agora ser claro que esta estratégia não seria suficiente para prevenir uma invasão à Ucrânia.

Segundo os oficiais, esta estratégia, contudo, deverá manter-se, não necessariamente para travar Putin - o que ainda não se revelou um sucesso -, mas para contrariar as reivindicações russas dos eventos no terreno. Tal pode incluir a refutação das afirmações russas sobre atrocidades ou a tentativa de expor alguns dos planos de Putin, antes de estes acontecerem.

Os países da Europa de Leste vão receber mais meios militares norte-americanos, adiantou, esta quinta-feira, o oficial de defesa sénior.

Vão chegar seis F-53 à Estónia, Lituânia e Roménia, dois para cada país, segundo o oficial. Um grupo de helicópteros de ataque “estão a caminho”, disse, apesar de terem-se deparado com “problemas meteorológicos” quando estes se dirigiam para as suas localizações.

“Espera-se que os Apaches cheguem ao local ainda hoje”, disse o mesmo.

Na terça-feira, antes da invasão, Biden anunciou que seriam enviados mais meios militares norte-americanos aos aliados da NATO, na Europa de Leste.

Esse anúncio incluía a deslocação de até oito caças F-35 da Alemanha para outras nações da Europa de Leste, ao longo do flanco oriental da NATO, 20 helicópteros AH-64 da Alemanha para a região do Báltico e 12 helicópteros AH-64 da Grécia para a Polónia, disse um oficial de defesa sénior, na quinta-feira.

Biden e os oficiais norte-americanos insistiram que as tropas dos EUA não entrarão na Ucrânia, apenas estão a ser destacadas para reforçar o flanco oriental da NATO.

“As tropas norte-americanas permanecem fora da Ucrânia”, acrescentou o oficial.

E.U.A.

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