Irão prepara-se para enviar mísseis balísticos para a Rússia

3 set, 02:38
Kiev (EPA)

 

 

 

Aliados da NATO têm avisado Teerão para o risco de escalada do conflito caso avance com o envio de mísseis balísticos para Moscovo

O Irão prepara-se para enviar mísseis balísticos para a Rússia nos próximos dias, avança a Bloomberg, que cita fontes europeias com conhecimentos sobre o assunto, que falaram sob condição de anonimato.

Não foram especificados o tipo ou a quantidade dos mísseis que serão enviados para Moscovo, mas relatórios anteriores sugerem que a Rússia pode receber "centenas" de mísseis Fath-360 de Teerão.

Segundo as mesmas fontes, o eventual envio de mísseis balísticos do Irão para a Rússia representaria potencialmente uma escalada do conflito, para a qual os EUA e outros aliados da NATO têm avisado Teerão, envidando esforços diplomáticos para evitar isso mesmo.

Caso isto se confirme, os aliados da Ucrânia provavelmente aplicariam novas sanções contra o Irão, dizem as mesmas fontes, que admitem ter dúvidas quanto à eficácia destas sanções. Uma das medidas que tem vindo a ser discutida pelos aliados prende-se com a implementação de novas sanções à Iran Air. Segundo a Reuters, os países do G7 concordaram, em março passado, em "encerrar os voos da Iran Air, a principal companhia aérea estatal do Irão, para a Europa", caso Teerão avançasse com o envio de mísseis balísticos para Moscovo.

O alerta surge numa altura em que as forças ucranianas se estão a debater para impedir avanços russos na região de Donetsk, depois de a incursão surpresa em Kursk não ter conseguido conter o avanço das forças russas no leste da Ucrânia.

Na manhã desta segunda-feira, a capital ucraniana foi alvo de uma série de ataques com mísseis balísticos Iskander-M, de fabrico nacional, e mísseis de cruzeiro norte-coreanos KN-23, bem como drones lançados das regiões de Bryansk, Kursk e Voronezh, regiões na fronteira com a Ucrânia. O bombardeamento ocorre um dia depois de as forças armadas russas terem comunicado que intercetaram e destruíram 158 drones ucranianos que visavam várias regiões russas, num dos maiores ataques ucranianos na guerra, que dura há cerca de dois anos e meio.

A indústria de defesa da Rússia tem conseguido produzir mísseis e munições a um ritmo superior à capacidade de envio de armas por parte dos aliados da Ucrânia, mesmo com a insistência do presidente Volodymyr Zelensky, que tem apelado todos os dias para que os países do Ocidente cumpram as promessas que fizeram no início do ano, nomeadamente quanto ao envio de sistemas de defesa aérea e outros equipamentos militares para repelir a ofensiva russa. Ao mesmo tempo, a Rússia tem contado com a ajuda de países como o Irão e a Coreia do Norte, enquanto sustenta a sua própria capacidade de fabrico de armas com tecnologia e componentes essenciais vindos da China.

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