É por isto que Donald Trump está interessado na maior central nuclear da Europa

CNN Portugal , DCT
20 mar, 13:24
Central nuclear de Zaphorizhzhia

Não se trata de controlar as centrais nucleares da Ucrânia, mas sim de uma, a de Zaporizhzhia, que está sob controlo russo desde a invasão

Donald Trump está empenhado em conquistar o papel do líder que conseguiu colocar fim a mais de três anos de invasão russa na Ucrânia, mas isso terá um preço. A vontade dos Estados Unidos em ter acesso e explorar os minerais raros ucranianos pode implicar uma nova cedência para Kiev: a central de Zaporizhzhia.

Como explica o New York Times, as centrais nucleares ucranianas podem ser uma mais-valia para a capacidade de processar esses minerais raros e o tema já foi discutido esta semana entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia. E o facto de a central de Zaporizhzhia estar sob domínio russo torna-a ainda mais apelativa para Donald Trump que, ‘ao conquistá-la’, retira-a dos russos, o que seria uma quase vitória para Kiev. Além disso, esta central tem seis reatores e é a maior da Europa, fatores que também agradam ao chefe da Casa Branca.

Segundo duas fontes próximas ao governo ucraniano, Kiev e Washington têm negociado nas últimas semanas o acesso dos Estados Unidos aos minerais raros e a central de Zaporizhzhia, a única aos olhos dos norte-americanos como capaz de os processar, começa a estar na agenda das conversações para negociar um cessar-fogo, mas com a Ucrânia a tomar as rédeas da conversa. Diz o jornal que Kiev já informou que o processamento dos minerais através da central de Zaporizhzhia apenas seria possível se esta voltasse a estar sob domínio ucraniano, o que não acontece desde 2022.

Mas por esclarecer, continua o jornal, está o que poderia Donald Trump oferecer à Rússia para que libertasse esta central.

O acordo sobre a exploração destes minerais deveria ter sido assinado no polémico encontro na Casa Branca entre Trump e Zelensky no mês passado, mas continua em suspenso, com ambos os países a garantirem que o documento será firmado “assim que possível”, sendo por isso um dos temas de conversa nas chamadas telefónicas que Donald Trump tem feito com os presidentes da Ucrânia e da Rússia.

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