Um tinha quatro anos e o outro nove meses quando foram raptados. Hamas diz que Israel matou ambas as crianças num ataque aéreo - tal como a mãe. O pai, também refém, foi libertado recentemente
Hamas diz que vai libertar corpos de quatro reféns, incluindo bebés, esta quinta-feira. No sábado liberta seis reféns vivos
por Kareem Khadder, Mick Krever e Sarah Sirgany, CNN (Eugenia Yosef e Nadeen Ebrahim contribuíram para este artigo)
O Hamas revelou que vai libertar esta quinta-feira os cadáveres de quatro reféns israelitas, incluindo os dois mais jovens detidos pelo grupo, Ariel (à esquerda na foto) e Kfir Bibas.
O grupo também vai libertar - mas no sábado - seis reféns vivos, em vez dos três que estavam previstos, diz Khalil Al-Hayya, chefe da equipa de negociação do Hamas, em comunicado.
O gabinete do primeiro-ministro israelita confirmou esta terça-feira que tinha sido alcançado um acordo durante as negociações no Cairo para que “quatro reféns mortos” fossem entregues esta quinta-feira e “seis reféns vivos” fossem libertados no sábado.
O acordo prevê a entrega a Israel de mais quatro reféns mortos, na próxima semana.
Um porta-voz do Fórum das Famílias dos Reféns de Israel afirma que as famílias de todos os reféns, vivos e mortos, foram notificadas.
Espera-se que Israel liberte prisioneiros palestinianos em troca dos israelitas, como aconteceu nas últimas semanas.
Esta é a indicação mais clara de que as crianças Bibas - que tinham apenas quatro anos e nove meses, respetivamente, quando foram raptadas em outubro de 2023 - estão efetivamente mortas.
Israel ainda não confirmou as suas mortes e ainda não comentou o anúncio do Hamas.
Uma fonte egípcia com conhecimento do assunto confirma à CNN que as conversações envolvendo funcionários egípcios, do Qatar, israelitas e americanos foram bem-sucedidas e que o Hamas vai libertar no sábado os restantes reféns da primeira fase das tréguas.
Em novembro de 2023, o Hamas afirmou que Ariel e Kfir Bibas tinham sido mortos, juntamente com a mãe, num ataque aéreo israelita e divulgou um vídeo do pai, Yarden, que também foi feito refém, no qual culpava o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pelas suas mortes.
Na altura, um porta-voz militar israelita classificou o vídeo como “terror psicológico”, mas as forças armadas informaram os familiares de que os filhos podem não estar vivos, segundo um porta-voz do Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos.
O Hamas libertou Yarden Bibas, vivo, a 1 de fevereiro.
A família Bibas, e Kfir em particular, tornaram-se das vítimas mais reconhecidas dos ataques terroristas de 7 de outubro.
A fotografia de Kfir figura em muitos dos cartazes que apelam à libertação dos reféns e que têm sido afixados em Israel e no mundo nos últimos 15 meses. Nela, o menino ruivo segura um elefante cor-de-rosa, olhando diretamente para a câmara com um sorriso desdentado.
O anúncio do Hamas foi feito no dia em que Israel disse que iria iniciar conversações sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo com reféns em Gaza.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, afirmou que as negociações podem começar “esta semana”, na sequência de discussões com “os nossos amigos americanos”.
Saar comprometeu-se a tentar chegar a um acordo até ao 42º dia da trégua, tal como estipulado no acordo original, e disse que a possibilidade de um acordo a mais longo prazo era uma “opção”.