"Exército mais forte" da Europa. Alemanha apoia Trump e quer gastos de 5% em Defesa na NATO

15 mai, 14:10
O chanceler alemão Friedrich Merz, o presidente francês Emanuel Macron, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro britânico Sir Keir Starmer e o primeiro-ministro polaco Donald Tusk

Ideia do novo chanceler foi repetida na Turquia: "A força detém a agressão; a fraqueza convida à agressão"

Depois de uma temporada na sombra durante a liderança de Olaf Scholz, a Alemanha parece querer subir a parada e voltar a ser uma voz mais forte na liderança europeia.

E uma das vertentes é a Defesa. Isso mesmo: o novo chanceler, Friedrich Merz, quer tornar as Bundeswehr no “exército mais forte” da Europa.

Um passo para o garantir é o apoio que o recém-empossado deu à ideia do presidente dos Estados Unidos em relação ao contributo que cada país da NATO deve dar para se defender. Donald Trump, recorde-se, apontou os 5% do PIB como número ideal. Friedrich Merz parece estar de acordo.

Falando a partir de um encontro em Antalya, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha afirmou que Berlim vai “seguir” a exigência de Donald Trump para chegar aos 5% de despesa.

Recorde-se que atualmente essa exigência é de 2%, sendo que nenhum país chega aos 5% - a Alemanha ficou-se nos 2,12% em 2024, por exemplo, enquanto os Estados Unidos gastaram 3,38%.

“Vemos [este pedido] como um claro compromisso dos Estados Unidos ao artigo 5.º”, afirmou Johann Wadephul, referindo-se à alínea do tratado da NATO que se refere à defesa de outros Estados-membros.

Ainda assim, o ministro alemão garantiu que o país quer chegar a este objetivo através das propostas do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que começou por delinear um objetivo de 3,5% até 2032. Uma meta mais condizente com a realidade, já que só a Polónia a ultrapassa.

Além disso, a ideia de Mark Rutte incluía investimento em infraestruturas e em cibersegurança, o que dá mais amplitude aos países da NATO para englobarem as despesas.

No fundo, a proposta do novo secretário-geral da Aliança Atlântica refere-se até a situações como a construção de pontes para “construir os nossos carros, mas também para, se necessário, que essa ponte aguente um tanque”. “Todas essas despesas poderão ser tidas em conta”, acrescentou.

“No que diz respeito ao gasto em Defesa, temos de fazer muito, muito mais”, reiterou Mark Rutte já em Antalya, onde voltou a avisar que demorará apenas três a cinco anos para que a Rússia se restabeleça totalmente a nível militar.

De referir que Portugal é um dos poucos países que não cumpre a meta mínima de 2%, como não cumprem Espanha ou Itália. Se estes dois últimos se comprometeram a chegar lá já em 2025, o Governo anunciou apenas que previa antecipar essa meta dos 2029 atualmente estabelecidos, ainda que não tenha dito para quando é essa antecipação.

Voltando à Alemanha, Friedrich Merz parece inicar o caminho do que disse ser uma “independência” dos Estados Unidos, já que a proteção norte-americana à Europa está ameaçada desde a chegada de Donald Trump.

Mostrando que está empenhado neste mesmo objetivo, o chanceler conseguiu mudar a Constituição ainda antes de tomar posse, tornando possível que o gasto em Defesa aumente. Quanto ao certo não é claro, mas há um acordo para modernizar as infraestruturas e 500 mil milhões de euros alocados para isso.

“[Devemos] dar todos os recursos financeiros às Forças Armadas da Alemanha, paraque possam ser o maior exército da Europa”, disse no seu primeiro discurso como chanceler no parlamento alemão, ainda esta quarta-feira.

“A força detém a agressão; a fraqueza convida à agressão”, terminou Friedrich Merz nesse mesmo discurso.

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