Eleições na Venezuela: UE só se pronuncia depois de analisar mais de 600 relatórios

Agência Lusa , HCL
23 nov 2021, 22:34

Missão eleitoral da União Europeia destaca "tarefa e metodologia muito complexa" de tratamento de dados

A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE-UE) vai analisar mais de 600 relatórios elaborados pelos 136 observadores, antes de apresentar as conclusões finais sobre as eleições regionais e municipais venezuelanas.

A missão está quase concluída, porque a missão só será concluída quando apresentarmos o relatório final e isso só ocorrerá em final de janeiro ou início de fevereiro. O que quer dizer que ainda temos muito que fazer, porque temos mais de 600 relatórios de observação para trabalhar”, disse, nesta terça-feira, a chefe da missão, Isabel Santos.

Em declarações à Lusa, em Caracas, a eurodeputada portuguesa explicou que a MOE-UE tem “muita outra informação, muitos outros relatórios, que chegaram durante a observação”.

É uma tarefa muito complexa, com uma metodologia muito complexa de tratamento de dados e o concluir desta tarefa só quer dizer que vamos ter muito trabalho pela frente”, frisou Isabel Santos.

Por outro lado, explicou que da observação realizada “destacaria a necessidade de melhoramento no processo eleitoral, apesar dos passos dados que têm a ver com a abertura do Conselho Nacional Eleitoral a outras correntes de opinião que não são só a corrente que está no poder e há todo um longo trabalho ainda a fazer”.

As auditorias que foram feitas ao sistema de votação, que foram auditorias independentes, feitas por académicos, dão neste momento informação que é importante ter em conta no sentido de que há uma melhoria no funcionamento, mas agora há todo um trabalho pela frente e ainda muito, muito, para fazer para ultrapassar as deficiências estruturais do sistema democrático venezuelano”, disse Isabel Santos.

Missão esteve na Venezuela desde 14 de outubro e incluiu 136 observadores

A eurodeputada portuguesa contou que durante a sua visita “sentiu a Venezuela” e, por isso, se emociona ao falar dos venezuelanos.

“Foi notória a forma como os venezuelanos acolheram esta missão, como acolheram cada um de nós. Isso é muito significativo e demonstra que de facto esta missão tinha de ter existido. Nós tínhamos de vir aqui e tínhamos de ter estado presentes neste ato eleitoral”, considerou.

Por outro lado, aproveitou para “enviar uma saudação muito forte e fraterna a todos os venezuelanos e também a toda a comunidade portuguesa na Venezuela”.

A MOE-UE esteve na Venezuela desde 14 de outubro e incluiu 136 observadores, de 22 Estados-membros da União Europeia, da Noruega e Suíça.

A apresentação do relatório definitivo será feita entre finais de janeiro e princípios de fevereiro, altura em que a eurodeputada portuguesa voltará de novo a Caracas.

Os venezuelanos foram no domingo às urnas para eleger as autoridades que nos próximos quatro anos vão dirigir os 23 estados e os 3.082 candidatos que vão exercer funções em 335 municípios do país.

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