Greve da TAP com "adesão total" até às 08:30

Agência Lusa , MM - Notícia atualizada
8 dez 2022, 08:17
Airbus A-320 da TAP (fonte: Getty)

Balanço do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, que convocou a paralisação por falta de acordo nas negociações do novo acordo de empresa

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que convocou a greve de tripulantes de TAP, disse esta quinta-feira que a adesão foi total, até cerca das 08:30, tendo apenas partido voos de serviços mínimos ou da Portugália.

“O balanço é prematuro, uma operação da TAP inicia-se por volta das 05:30 da manhã, o que sabemos até à data é que nenhum voo saiu sem ser serviços mínimos ou Portugália, portanto até agora a adesão é total”, disse à Lusa o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarroias, no aeroporto de Lisboa, cuja operação, às primeiras horas da manhã, funcionava dentro da normalidade.

A TAP já tinha cancelado 360 voos nos dois dias de greve e tinha também dado a possibilidade aos clientes de alterarem as marcações sem custos.

Questionado sobre possíveis negociações com a empresa, para evitar a marcação de mais dias de greve até 31 de janeiro, conforme anunciado já pelo sindicato, Ricardo Penarroias disse que ainda não houve qualquer contacto da TAP nesse sentido, mas reiterou a disponibilidade do sindicato para o diálogo.

“Nós estamos sempre disponíveis, mas para fazer reuniões para trazer uma mão cheia de nada ou andarmos mais uma vez em trocas de galhardetes posteriormente, não vale a pena. Nós esperamos pela administração, […] quando quiser peça para reunir connosco, nós estamos totalmente disponíveis”, disse o dirigente sindical, apontando que o que é preciso da parte da TAP “é uma posição proativa” para dialogar “de forma construtiva”.

Os tripulantes da TAP cumprem esta quinta-feira o primeiro de dois dias de greve, convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), por falta de acordo nas negociações do novo acordo de empresa.

Os tripulantes da TAP decidiram, na terça-feira, manter a greve e aprovaram também a marcação de pelo menos mais cinco dias de paralisação até 31 de janeiro.

Na moção votada na assembleia-geral de associados, na terça-feira, o SNPVAC considera que “a TAP preferiu ‘pagar para ver’ os efeitos da greve, ao invés de repor aos tripulantes aquilo que unilateralmente lhes retirou”.

Por sua vez, a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, disse lamentar a decisão do sindicato, manifestando-se disponível para tentar encontrar soluções que evitem mais disrupções.

A TAP e os sindicatos encontram-se em negociações para a revisão do Acordo de Empresa (AE), no âmbito do plano de reestruturação.

A TAP propõe cortes nos salários e flexibilização de horários, entre outras medidas.

Descontentes, os tripulantes da TAP, em assembleia-geral de emergência do SNPVAC, em 03 de novembro, decidiram avançar com uma greve nos dias 08 e 09 de dezembro, bem como “recusar liminarmente a proposta de novo acordo de empresa (AE)” apresentada pela companhia aérea, que consideram “absolutamente inaceitável e manifestamente redutora”.

Os tripulantes querem que o atual acordo de empresa seja o ponto de partida e base para qualquer negociação futura.

A TAP tinha apresentado uma proposta que diz que ia ao encontro de nove das 14 exigências do sindicato, mas tinha como condição a antecipação da assembleia-geral do SNPVAC.

O sindicato disse que não era possível antecipar a assembleia, tendo a TAP retirado a proposta que estava em cima da mesa e decidido cancelar 360 voos nos dias da greve.

Os serviços mínimos para a greve abrangem as regiões autónomas, os países lusófonos e zonas com emigrantes portugueses.

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