"Esta é a minha última greve estudantil" pelo clima. Greta Thunberg terminou o ensino secundário, mas não vai ficar por aqui

CNN Portugal , BCE
9 jun 2023, 11:54
Greta Thunberg (foto: Michael Sohn/Associated Press)

A ativista começou a faltar às aulas para protestar sozinha no exterior do parlamento da Suécia. Tinha 15 anos

A ativista climática Greta Thunberg terminou o secundário esta sexta-feira e anunciou que, por isso, vai deixar de fazer protestos escolares pelo clima. "Semana de greve estudantil número 251. Hoje, foi o dia da minha graduação da escola, o que significa que não vou poder voltar a fazer greves estudantis pelo clima. Esta é a minha última greve estudantil", escreveu, numa publicação na sua conta oficial do Twitter.

Greta Thunberg assinalou o marco com uma reflexão por escrito, recordando a altura em que começou a faltar às aulas para protestar sozinha em frente ao parlamento sueco, em 2018, quando ainda tinha 15 anos. "Nunca esperei que fosse levar a alguma coisa", confessou.

"Depois de fazer greve todos os dias durante três semanas, éramos um pequeno grupo de crianças que decidiram continuar a fazer greve escolar todas as sextas-feiras. E foi assim que o Fridays for Future [Sextas-feiras para o Futuro] foi criado", conta, referindo-se ao movimento Greve Climática Estudantil, que galvanizou milhares de jovens em todo o mundo, incluindo em Portugal.

Depois de um hiato dos protestos nas ruas como consequência da pandemia, os jovens regressaram às greves escolares, motivados por Greta Thunberg. "Ainda aqui estamos e não planeamos ir a lado nenhum", assegura na mesma publicação, dirigindo depois várias críticas àqueles que "estão no poder" e "sacrificam" o planeta "em nome da ganância".

"Já mudou muita coisa desde que começámos, mas ainda temos um longo caminho pela frente. Ainda estamos a caminhar na direção errada, onde aqueles que estão no poder sacrificam pessoas marginalizadas e o planeta em nome da ganância, dos lucros e do crescimento económico. Continuam a desestabilizar a biosfera e os sistemas que suportam a nossa vida. Estamos a aproximar-nos rapidamente de potenciais pontos de não retorno ecológicos e climáticos além do nosso controlo", adverte.

Neste cenário, a ativista sueca, agora com 20 anos, salientou que o movimento Fridays for Future está a "acelerar o processo em várias partes do mundo". "Provavelmente, muitos de nós que terminámos a escola estamos a questionar-nos sobre que tipo de futuro temos pela frente, apesar de não termos sido nós a provocar esta crise", afirma.

Greta Thunberg terminou a reflexão com um apelo aos jovens e deixou uma promessa: "Nós que temos voz temos a responsabilidade de falar. De modo a mudarmos tudo, precisamos de toda a gente. Eu vou continuar a protestar todas as sextas-feiras, embora já não se considere tecnicamente uma 'greve escolar'. Simplesmente não temos outra opção além de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. A luta ainda agora começou."

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