Primeiro-ministro interino grego empossado antes de novas eleições legislativas

Agência Lusa , TA
25 mai 2023, 21:34
Primeiro-ministro interino grego Ioannis Sarmas. Foto: AP Photo/Petros Giannakouris

O anterior chefe de governo não conseguiu alcançar a maioria absoluta, como era o seu objetivo, e, por isso, apelou imediatamente à realização de novas legislativas

O primeiro-ministro interino grego, Ioannis Sarmas, tomou hoje posse em Atenas, em mais um passo para novas legislativas na Grécia no final de junho, após o escrutínio de domingo, ganho pela direita mas sem maioria absoluta.

Ioannis Sarmas, de 66 anos, presidente do Tribunal de Contas, foi hoje nomeado pela Presidente da República grega, Katerina Sakellaropulu, depois do fracasso – pretendido pelos principais partidos – das tentativas para formar um Governo de coligação.

O alto magistrado, que tem nomeadamente um doutoramento em Direitos Humanos concluído em Paris, deverá formar um novo executivo até sexta-feira.

“O Governo interino terá como único poder aplicar a lei” e “organizar as eleições”, sublinhou Sarmas no final da breve cerimónia de posse.

Vassilis Kaskarelis, antigo embaixador e negociador para a adesão de Chipre à União Europeia nos anos 2000, foi nomeado chefe da diplomacia interino.

Para a pasta da Defesa, foi nomeado Alkiviadis Stephanis, ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas gregas, e, para o Ministério das Finanças, Theodoros Pelagidis, professor de Economia da Universidade do Pireu.

Apenas um quarto dos 20 novos ministros interinos são mulheres, num país onde a política continua a ser um assunto masculino: na pasta do Emprego, Patrina Paparrigopulu; na da Saúde, Anastasia Kotanidu; no Interior, Kalliopi Spanu; no Desenvolvimento, Eleni Luri; e no Turismo, Ioanna Dretta.

Os 300 deputados eleitos no passado domingo, 21 de maio, reunir-se-ão pela primeira vez no próximo domingo no parlamento, que será dissolvido no dia seguinte, quando a data das eleições for oficialmente anunciada.

Elas realizar-se-ão muito provavelmente a 25 de junho, como deseja o agora ex-primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.

Ioannis Sarmas, cujo mandato terminará após o próximo escrutínio, sucede a Kyriakos Mitsotakis, líder do partido de direita Nova Democracia (ND), que venceu as eleições de 21 de maio, com 40% dos votos.

Apesar da vitória, Mitsotakis não conseguiu alcançar a maioria absoluta como era seu objetivo e, por isso, apelou imediatamente para a realização de novas legislativas.

Está a contar com a atribuição de um bónus de até 50 assentos parlamentares ao partido com o melhor resultado nesse segundo escrutínio, que terá um sistema diferente de contagem dos votos – uma vantagem que poderá permitir-lhe obter a maioria absoluta, segundo os seus cálculos.

O ex-primeiro-ministro de esquerda Alexis Tsipras, cujo partido, o Syriza, conquistou apenas 71 mandatos parlamentares, reconheceu ter sofrido “um choque doloroso” e “inesperado” no domingo, com apenas cerca de 20% dos votos, menos de metade que o seu principal adversário.

Comprometeu-se, contudo, a “travar uma nova batalha” contra um Governo “todo-poderoso” de direita, “que seria mau para a democracia”.

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