Grécia. Chefe da estação de comboios acusado de homicídio por negligência

2 mar 2023, 12:34

Acidente fez pelo menos 47 mortos

O Ministério Público em Larissa, na Grécia, acusou o chefe da estação de comboios na cidade grega de "homicídio por negligência" e outros crimes puníveis com uma pena entre dez anos e prisão perpétua, avança a agência EFE.

Segundo a imprensa grega, citada pela agência espanhola, o homem de 59 anos admitiu a responsabilidade no erro no acidente que colocou um comboio com 342 passageiros e dez tripulantes na mesma via do comboio de mercadorias com dois maquinistas, dizendo que só se apercebeu do erro no momento do acidente. A colisão ocorreu pouco antes da meia-noite de terça-feira (22:00 em Lisboa), a cerca de 354 quilómetros a norte de Atenas e provocou pelo menos 47 vítimas mortais.

De acordo com o último balanço, pelo menos 130 pessoas ficaram feridas e 57 continuam hospitalizadas, seis das quais nos cuidados intensivos. As autoridades terão pedido aos familiares das vítimas que forneçam amostras de ADNO para ajudarem a identificar os corpos, uma vez que estes se encontram irreconhecíveis por causa do impacto.

A BBC grega avança que os comboios viajavam a alta velocidade porque não foram avisados de que o outro seguia na mesma direção e na mesma linha. O impacto foi de tal forma sério que "não restou nada das duas primeiras carruagens". 

"A colisão foi tão forte que as duas carruagens simplesmente desapareceram. O presidente da Câmara da cidade próxima ao acidente disse que não ficou nada das duas primeiras carruagens", afirmou o repórter no local, citado pela agência Ansa

Numa declaração em vídeo publicada no Facebook, já depois de ter visitado o local do acidente, o primeiro-ministro da Grécia disse que "tudo indica que este drama se deve, infelizmente, a um trágico erro humano". 

Kyriakos Mitsotakis contou ainda que esteve com vários familiares das vítimas e de desaparecidos, no hospital de Larissa, que lhe perguntaram "porquê?". "Devemos-lhes uma resposta honesta", disse nessa mesma declaração. 

O ministro dos Transportes grego, Kostas Karamanlis, assumiu a responsabilidade política pelo caso e apresentou a demissão esta quarta-feira. 

"Era o mínimo que poderia fazer para honrar a memória das vítimas", afirmou num comunicado partilhado com os meios de comunicação social, onde acrescentou que assumia as responsabilidades pelos "fracassos de longa data" do Estado. 

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