Hospital de Abrantes abre inquérito após grávida perder o bebé. Urgências de obstetrícia estavam condicionadas

28 jul 2022, 11:42

CNN Portugal confirmou que, no portal do SNS, tanto as urgências de obstetrícia como o bloco de partos deste hospital não tiveram qualquer horário de funcionamento durante quarta-feira

O Centro Hospitalar do Médio Tejo abriu, esta quinta-feira, um inquérito após uma mulher grávida, de 41 anos, ter perdido o bebé esta quarta-feira.

A CNN Portugal sabe que se tratava de uma gravidez de risco e que a mulher, de Vila de Rei, terá ido para o Hospital de Santarém, uma vez que a maternidade de Abrantes não estava a receber doentes, de acordo com informação disponível no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O Hospital Distrital de Santarém (HDS) adiantou que no dia 27 de julho a grávida foi admitida na urgência de ginecologia e obstetrícia, "que se encontrava a funcionar em pleno". A mesma fonte revelou que "a gravidez não foi acompanhada ou vigiada pelo Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HDS, que recorreu, por iniciativa própria, a esta instituição por suspeita de início de trabalho de parto. A equipa médica diagnosticou uma morte fetal in útero".

O Centro Hospitalar do Médio Tejo também já se pronunciou, apresentando as condolências à mulher e restante família "pela perda irreparável que enfrentam".

O comunicado enviado por aquela entidade adianta que a utente "não foi acompanhada ou vigiada pelo serviço de Ginecologia-Obstetrícia do CHMT".  A nota dá ainda conta que a grávida terá ido apenas à unidade no dia 18 de julho para a realização de um CTG, mas que este é o único registo da mulher naquela unidade.

"O Conselho de Administração do CHMT determinou a abertura de um inquérito de averiguações formal", lê-se.

A CNN Portugal confirmou que, no portal do SNS, tanto as urgências de obstetrícia como o bloco de partos deste hospital não tiveram qualquer horário de funcionamento durante quarta-feira.

De recordar que ainda no passado fim de semana as urgências daquela unidade também já tinham estado em situação de contingência. O CHMT esclareceu que, durante esse período, a UGO de Abrantes “não receberia doentes urgentes transportadas por ambulância”.

“As grávidas e utentes com patologia ginecológica urgente que se desloquem ao Serviço de Urgência de Ginecologia-Obstetrícia do CHMT serão transferidas para outras unidades do SNS da região, num quadro de articulação e funcionamento em rede, que envolve o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo”.

Na altura, o CHMT acrescentava que ia “garantir o transporte das utentes em ambulância, com toda a segurança e o acompanhamento de um enfermeiro especialista da instituição”.

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