"Que segredos é que o computador tem que justifiquem a chamada do SIS?": PSD pede esclarecimentos a Costa

Beatriz Céu , BCE
29 abr 2023, 12:44

Na perspetiva do líder do Grupo Parlamentar do PSD, "não é compreensível que se tenham chamado os Serviços de Informação e Segurança, que dependem do primeiro-ministro, para recuperar um computador quando num furto normal se recorre à PSP".

O líder do Grupo Parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, pediu este sábado esclarecimentos ao primeiro-ministro, António Costa, quanto à intervenção do SIS [Serviço de Informações de Segurança] na polémica entre o ministro das Infraestruturas e o seu ex-adjunto.

"O país exige que o senhor primeiro-ministro preste esclarecimentos urgentes sobre tudo o que se está a passar", defendeu Joaquim Miranda Sarmento, em declarações aos jornalistas, na sede nacional do Partido, em Lisboa.

Em concreto, o social-democrata pede que António Costa esclareça a intervenção do SIS na polémica entre João Galamba e Frederico Pinheiro, depois se se saber que o gabinete do ministro contactou aquele sistema para reportar o 'roubo' do computador no qual estariam notas escritas pelo ex-adjunto na reunião secreta entre a ex-CEO da TAP e o grupo parlamentar do PS.

"O primeiro-ministro tem de explicar ao país se foram de facto os Sistemas de Informação e Segurança, que estão na sua tutela direta, que recuperaram o computador do agora ex-adjunto do ministro das Infraestruturas", argumenta Joaquim Miranda Sarmento.

Na perspetiva do líder do Grupo Parlamentar do PSD, "não é compreensível que se tenham chamado os Serviços de Informação e Segurança, que dependem do primeiro-ministro, para recuperar um computador, quando num furto normal se recorre à PSP".

"Que segredos, que informações que comprometem o Governo é que esse computador tem que justifiquem a chamada do SIS?", questiona.

Na sua intervenção aos jornalistas, Joaquim Miranda Sarmento salienta ainda as versões contraditórias apresentadas quer pelo ministro das Infraestruturas quer pelo adjunto exonerado a propósito da Comissão Parlamentar de Inquérito [CPI] à TAP. Numa troca de mensagens a que a CNN Portugal teve acesso, João Galamba questionou Frederico Pinheiro sobre as notas daquela reunião secreta anterior à CPI, que o ex-adjunto terá recusado dar inicialmente.

“Como é que tu te lembras que tens notas um mês depois da reunião em que a Eugénia [chefe de gabinete do Ministério das Infraestruturas] pediu tudo o que havia sobre a reunião com o grupo parlamentar?”, questiona João Galamba, numa mensagem em que dá conta de que o Governo teve de pedir a prorrogação do prazo para o envio de documentos devido a este facto.

Ao que Frederico Pinheiro respondeu: "As notas que eu referi ontem à Cátia [adjunta do gabinete que estava a preparar respostas formais à CPI], são as mesmas que referi e li na nossa reunião no gabinete da Eugénia. Na altura considerámos todos que, sendo algo informal, não seria de relevar. No entanto, depois disso, seguiu um comunicado de imprensa a indicar o meu nome como tendo estado presente na reunião. Como referi então, tal decisão criou a possibilidade de eu ser chamado à CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito]. Se tal acontecer, eu terei de referir que tenho essas notas. Dito isto, creio que a decisão de não revelar a existência dessas notas deve ser revista”, pode ler-se na mesma mensagem.

Para Joaquim Miranda Sarmento, "é hoje claro que o ministro das Infraestruturas quis mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito [CPI] e quis ocultar informação ao parlamento".

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