Marcelo vai estar ausente do país nos próximos dias, em plena crise política

ECO - Parceiro CNN Portugal , Mónica Silvares
3 mai 2023, 12:40
Marcelo Rebelo de Sousa (Foto: Bienvenido Velasco/EPA)

Após confronto com Costa por causa da demissão de Galamba, Presidente da República desloca-se a Londres para a coroação do rei, a Espanha para prémio a Guterres, e a Estrasburgo (Parlamento Europeu)

Com uma crise política instalada entre Belém e São Bento, o Presidente da República vai estar ausente do país entre 5 e 10 de maio. No entanto, os analistas confiam que Marcelo Rebelo de Sousa vá manter o estilo político e não remeter-se ao silêncio.

“Marcelo Rebelo de Sousa habituou os portugueses a um estilo de intervenção quotidiana. Não creio que seja agora que vá mudar o seu estilo”, argumentou o politólogo António Costa Pinto, em declarações ao ECO.

“Não tem interesse em fazê-lo, aliás”, acrescenta o professor de Ciência Política. “Marcelo Rebelo de Sousa até poderá dizer ‘eu não quer comentar a polémica’, mas remeter-se ao silêncio nunca foi o seu estilo”, sublinha Costa Pinto.

Marcelo Rebelo de Sousa habituou os portugueses a um estilo de intervenção quotidiana. Não creio que seja agora que vá mudar o seu estilo", António Costa Pinto, Politólogo.

E nem estas deslocações ao estrangeiro são motivo para deixar de comentar a atualidade nacional, recorda o politólogo e investigador coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Por exemplo na deslocação ao Brasil, aquando da tomada de posse de Lula da Silva, deixou um recado a António Costa.

Disse nessa altura que iria responsabilizar o primeiro-ministro pelo que viesse a ser o resultado da remodelação então anunciada, notando que António Costa escolheu o caminho de “não inovar” e “mexer o mínimo possível”. Já na República Dominicana, no final de março, Marcelo antecipou as previsões de crescimento do Banco de Portugal.

As novas deslocações do chefe de Estado ao estrangeiro arrancam em Londres, com a participação nas cerimónias de coroação de Carlos III, que terão lugar no próximo sábado, 6 de maio.

Depois seguirá para Yuste, em Espanha, para a entrega do Prémio Europeu Carlos V ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. A entrega do galardão ocorrerá a 9 de maio, dia da Europa, numa cerimónia presidida pelo monarca espanhol, Filipe VI de Espanha. Um prémio, como assinalou quando foi anunciado, é um “reconhecimento pela sua brilhantíssima carreira internacional, em particular os seus mandatos à frente das Nações Unidas”.

Finalmente, termina este périplo fora do país com uma deslocação a Estrasburgo, a convite do Presidente do Parlamento Europeu, onde estará a 9 e 10 de maio.

Em carta dirigida à Assembleia da República, no final de abril, o Chefe de Estado indicava que previa deslocar-se a Londres entre 5 e 6 de maio, a Yuste, Espanha, entre 8 e 9 de maio, e a Estrasburgo entre 9 e 10 de maio. Deslocações que foram aprovadas pelo Parlamento, cumprido a formalidade imposta pela Constituição que obriga os deputados a autorizarem as deslocações do Presidente da República fora do território nacional.

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