Pirata informático garante ter dados roubados do Executivo. Caso já está nas mãos das autoridades

13 jul 2024, 18:00

Governo agiu assim que o hacker publicou a venda na madrugada desta sexta-feira

Dados alegadamente do Governo português estão neste momento à venda na deepweb. Segundo apurou a CNN Portugal, o Governo, mal teve conhecimento deste anúncio - que foi publicado na madrugada desta sexta-feira - enviou o caso para “as autoridades competentes” que estarão agora a investigar a veracidade do anúncio e do alegado roubo.

De acordo com fontes da cibersegurança e fontes governamentais, tudo indica que os documentos na posse do hacker sejam informações que já circulavam antigamente na web e relativos a outras instituições privadas. E não “dados referentes a 2024 do XXIV Governo da República Portuguesa” como alega o pirata informátcio.

No entanto, o caso está a ser investigado pelos órgãos de segurança nacional para se ter a certeza de que não há dados do Executivo de Luís Montenegro roubados e à venda na deepweb.

Em causa está um anúncio de um fórum da deepweb, onde um hacker garante ter “dados referentes a 2024 do XXIV Governo da República Portuguesa”. Neste Fórum o pirata informático promete revelar em breve mais detalhes sobre os documentos em causa. “Este ator malicioso arroga possuir informações acerca do Governo português”, disse à CNN Portugal, Nuno Mateus Coelho, especialista em cibersegurança, acrescentando que poderão estar em causa dados como “nome completo, género, moradas de email, passwords, números de telefone, data de nascimento e moradas do atual Governo”.

O autor do anúncio, cujo nickname é AkamK, pede quase cinco mil euros pelos documentos. Um valor que, segundo Nuno Mateus Coelho, está longe do habitual e que pode revelar que o objetivo é apenas "desestabilizar". Na publicação, a que a CNN Portugal teve acesso, lê-se ainda que, “em breve”, AkamK irá divulgar os documentos de forma gratuita. Através da alcunha, Mateus Coelho argumenta que o indivíduo é um “lobo solitário”.

Anúncio no Fórum da deepweb

Segundo o especialista, estes anúncios “aparecem e desaparecem como cogumelos em listas secretas" pelo que, não se sabe onde vão cair. 

Este notícia surge três dias depois da Polícia Judiciária ter desmantelado um grupo cibercriminoso por acesso ilegítimo aos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). O grupo acedia a plataformas online de uso exclusivo por profissionais de saúde, e ao canal da Segurança Social Direta com credenciais de funcionários. 

Têm sido vários os casos relatados nos últimos tempos, tendo um deles envolvido a TAP Portugal que viu os dados dos seus clientes divulgados por um grupo de hackers. 

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