Governo dialoga com organizadores de grandes eventos para “relocalização ou reformatação”

Agência Lusa , FMC
11 jul 2022, 20:34
António Costa durante visita uma visita à Companhia de Ataque Estendido (CATE) da Unidade de Emergência da Proteção e Socorro (UEPS), no Comando territorial da GNR de Viseu (Nuno André Ferreira/ Lusa)

O primeiro-ministro frisou que "não é possível, nestas condições climáticas, abrir qualquer tipo de exceção" , lembrando que "há uma proibição geral de qualquer atividade desenvolvida nas áreas florestais" devido ao risco de incêndio

O Governo está a dialogar com organizadores de grandes eventos para que possa haver uma “relocalização ou uma reformatação” de modo a que não se desenvolvam em áreas florestais e que cumpram a lei, disse esta segunda-feira o primeiro-ministro.

Em declarações aos jornalistas em Viseu, António Costa lembrou que “há uma proibição geral de qualquer atividade desenvolvida nas áreas florestais”, devido ao risco de incêndio, e “é necessário reajustar os eventos a esta nova realidade”.

Questionado sobre eventos como os festivais de verão ou a concentração motard de Faro, o chefe do executivo disse que “o ministro da Administração Interna está em contacto com os organizadores desses eventos para assegurar que a parte desses eventos que ocorre em zona florestal” seja mudada para outro local.

“Obviamente, não é possível, nestas condições climáticas, abrir qualquer tipo de exceção”, frisou.

O governante afirmou que este procedimento se aplica também a eventos mais pequenos, como romarias e festas de aldeia, e exemplificou: “eu vivo na freguesia de Benfica, tem uma mata grande. O município de Lisboa, e bem, decidiu encerrar a mata. Tinha-se iniciado na quinta-feira passada uma feira medieval, na sexta-feira estava fechada”.

Segundo António Costa, estas são contingências a que todos estão sujeitos, por não se poder correr o risco de, “por causa dessa atividade e de haver uma maior movimentação de pessoas, aumentar a probabilidade de haver qualquer tipo de descuido”.

“Há uma pessoa que vai a passar, fuma, apaga a beata, a beata fica mal apagada, temos um acidente. Há uma máquina que se liga, tem uma faísca, há um acidente. E depois, a partir daí, temos uma situação de incêndio generalizado”, alertou.

O primeiro-ministro admitiu que, “para muitas pessoas, e sobretudo para setores que durante estes dois anos de pandemia estiveram impedidos de funcionar”, se tratam de medidas duras.

“Mas estas medidas são absolutamente essenciais, são vitais para proteger a segurança dos próprios, a segurança de todos aqueles que frequentam estes espaços e do território em si”, considerou.

António Costa, deslocou-se esta segunda-feira a Coimbra, à Lousã e a Viseu para verificar no terreno a operação de combate aos fogos e dar visibilidade a todos os recursos e meios implicados.

A agência Lusa questionou a Câmara de Sesimbra, no distrito de Setúbal, sobre a realização do festival Super Rock, na Aldeia do Meco, tendo em conta o estado de contingência em todo o país.

A autarquia indicou que se iniciou às 17:00 uma reunião da Proteção Civil Municipal sobre o assunto, remetendo uma resposta para mais tarde.

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