Novo governador antecipa um mandato feito de "diálogo e proximidade"
O economista Álvaro Santos Pereira, ex-ministro PSD, já tomou posse como governador do Banco de Portugal (BdP), sucedendo a Mário Centeno, ex-ministro do PS - e que o Governo decidiu não reconduzir no cargo. Álvaro Santos diz que será "ferozmente independente" do poder político.
A apresentação pública de Álvaro Santos Pereira como governador do BdP decorreu durante a manhã desta segunda-feira, na sede do Banco de Portugal, em Lisboa, e contou com a presença do ministro das Finanças, Miranda Sarmento.
Na cerimónia, Álvaro Santos Pereira antecipou "um mandato feito de diálogo e proximidade". “Há muito que o banco pode e deve fazer no âmbito do seu serviço público para retribuir à sociedade a confiança que lhe é atribuída", disse.
“Nos próximos anos teremos um BdP mais aberto à sociedade, mais presente no território nacional, mais inovador, mais atento”, prometeu o novo governador do BdP.
Álvaro Santos Pereira dedicou parte do discurso ao mercado da habitação, considerando que é um problema a falta de de casas e que é necessário promover a construção, cabendo aí um importante papel ao poder local.
O novo governador do Banco de Portugal defendeu reformas estruturais para promover o crescimento e disse ser preciso "fazer mais" para fomentar a habitação, desde logo a nível autárquico.
No discurso no Museu do Dinheiro, em Lisboa, o economista considerou que Portugal está hoje melhor do que há uma década em termos económicos, mas considerou que ainda assim são precisas mais "políticas que promovam o crescimento", defendendo que para isso são essenciais reformas estruturais - sem, contudo, detalhar as que defende.
Também em termos de endividamento de Estado, famílias e empresas (incluindo bancos), considerou Santos Pereira que houve melhorias, mas disse que é preciso prosseguir a redução da dívida para que todos os agentes económicos estejam mais bem preparados para eventuais crises.
"Compreende-se as iniciativas recentes para ajudar famílias e jovens mas é preciso fazer mais - e não só o Governo central, também as autarquias", disse.
Para Santos Pereira, é importante diminuir os bloqueios e restrições à construção pela câmaras municipais, pois, a seu ver, são mais "as inúmeras restrições à construção do que a falta de incentivos económicos".
O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, iniciou o discurso com um agradecimento pelo trabalho realizado por Mário Centeno, governador cessante do BdP. "Podemos hoje afirmar que temos um sistema financeiro mais forte e confiável", sublinhou o ministro.