O homem discreto que lidera a maçonaria mais influente do país

22 nov 2021, 22:46
Fernando Cabecinha

Não tem filiação partidária mas acabou de ser escolhido para dirigir o Grande Oriente Lusitano, a obediência mais antiga do país desde sempre associada ao PS

Fernando Cabecinha, o novo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), aguarda que o seu antecessor, Fernando Lima, acabe o mandato, para falar publicamente sobre o que quer para a obediência. Reformado, de 67 anos, e pai de dois filhos, é um dos maçons com maior influência em várias das 105 lojas do GOL

Esta é a obediência maçónica mais antiga e foi, desde sempre, ligada ao PS. Entre os seus membros estão ou estiveram empresários, espiões e políticos, em especial dos governos socialistas. Em tempos chegou a existir uma loja que era conhecida por "Gabinete" por dela fazerem parte vários elementos do Executivo.  

O novo líder dos maçons foi, por quatro vezes, líder do parlamento macónico, conhecido internamente como Grande Dieta, que reúne os membros mais importantes da obediência e onde é habitual existirem grandes lutas de poder. Fernando Cabecinha foi também grande-tesoureiro-geral do segundo mandato de Eugénio Oliveira e secretário-geral com António Arnaut.  

Ao contrário do que tem sucedido com muitos dos líderes da obediência, não tem qualquer filiação partidária. 

É discreto e é um frequentador assíduo do Palácio do GOL, que se situa no Bairro Alto, em Lisboa.  Foi durante algum tempo um aliado do ainda grão-mestre Fernando Lima, de quem se afastou entretanto. Por isso, foi visto por muitos maçons como a imagem da oposição à atual liderança da obediência e que, segundo vários maçons, apoiava o outro candidato Carlos Vasconcelos. 

Cabecinha vai tomar posse dia 10, mas antes os resultados das eleições de sábado, dia 20 de novembro, têm de ser confirmados pelo tribunal maçónico. Neste momento, segundo adiantaram fontes maçónicas, há 775 votos a favor de Fernando Cabecinha e 515 para o seu rival.

O novo líder dos maçons tirou o curso de organização e gestão de empresas, dedicando parte do tempo a ser consultor.  Durante 16 anos e meio esteve no Instituto de Emprego e Formação Profissional, onde foi, por seis anos, membro da direção.  

Entrou para a maçonaria em 1991 para a Loja Lusitânia. Hoje nenhum dos seus filhos pertence à maçonaria. 

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