opinião

Paulo Portas: "Putin desistiu da ocupação total, mas não de fazer bombardeamentos à porta da Europa"

3 abr 2022, 21:44

No seu habitual espaço de comentário, Paulo Portas analisou as últimas novidades da guerra na Ucrânia e fez uma comparação em termos do fluxo de refugiados gerados por este crise e pela guerra na Síria

Estamos mais perto da guerra ou da paz? Paulo Portas, no seu habitual espaço de comentário “Global” afirma que há indicadores de ambos os lados e que é necessário observar as mudanças de estratégia da Rússia na Ucrânia nos últimos dias já que se tornou claro que “desistiu da ocupação total, mas não de fazer bombardeamentos à porta da Europa quando assim decide”.

Sobre as notícias que têm chegado de civis mortos na região de Kiev, que a Rússia abandonou, Paulo Portas afirma que “estamos presente um provável massacre” que revela uma nova estratégia dos russos de “concentrar o ataque no Donbass e a obter o corredor sul da Ucrânia”.

Mas no meio das atrocidades, diz, “há uma declaração do negociador chefe ucraniano” que dá alguma esperança à paz e que sublinha que a Rússia aceitou verbalmente as posições de Kiev, exceto na questão da Crimeia. “Há sinais de que possa haver uma retoma das negociações”, afirma o comentador da TVI, sublinhando que os “Turcos afirmam que será na Turquia o encontro entre Zelensky e Putin”.

Paulo Portas refere que tudo isto "pode ser uma construção", mas destaca que é estranho que um negociador chefe tenha dito que a outra parte aceitou as condições, com excepção da Crimeia. “Como é que podemos descodificar esta frase? A Rússia está satisfeita quanto à neutralidade e o negociador diz que não há acordo sobre a Crimeia e lembra-se que o Donbass nunca esteve em discussão, nem nas reuniões técnicas, nem de ministros, e foi sempre remetido para a conversa entre os dois líderes. Pode ser isso. Sim ou não, teremos que aguardar próximos dias”, afirma.

No programa “Global”, Paulo Portas fez ainda uma comparação entre a guerra na Ucrânia e a guerra na Síria e destacou alguns números: “ "Para se chegar a 4 milhões de refugiados na Síria foram precisos 3 anos, para se alcançar o mesmo número na Ucrânia foram precisos alguns meses”.

Há ainda outras duas diferenças importantes sobre o fluxo de refugiados da Síria e da Ucrânia. No país europeu, o número de crianças constitui 40% do total de refugiados - contra 9% na Síria - e o número de mulheres “é também muito superior”.

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