Um dia depois dos acionistas minoritários da Global Media terem acusado o World Opportunity Fund de incumprimento, a CE responde com anúncio de auditoria para apurar situações "menos claras"
A comissão executiva da Global Media, liderada por José Paulo Fafe, respondeu na manhã deste sábado a Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira, acionistas que na sexta-feira, em comunicado, se demarcaram se dos atrasos no pagamento de salários a trabalhadores e da situação vivida na empresa, denunciando uma “situação de manifesto incumprimento” de contrato por parte do World Opportunity Fund, que é o maior acionista do grupo.
Ao “insólito comunicado”, como o descreve, o documento que tem como título “Nota da Comissão Executiva” responde com o anúncio de uma auditoria a “todas as decisões, operações e negócios que conduziram o Global Media Group ao estado atual, não sendo de descurar uma posterior decisão em recorrer a outras instâncias, no sentido de apurar eventuais responsáveis por situações menos claras e que indiciam em alguns casos uma gestão, no mínimo, pouco transparente”, lê-se no documento ao qual o +M teve acesso.
Em seis pontos, e começando por lembrar que Marco Galinha tem assento neste órgão, a comissão executiva, diz que “todas as decisões relevantes para o grupo, incluindo o plano de reestruturação, foram atempadamente apresentadas por esta Comissão Executiva ao Conselho de Administração, bem como, também, a todos os seus acionistas, tendo recebido deles, sem qualquer exceção, o seu pleno e inequívoco apoio” e que no decurso da última reunião, a 15 de dezembro, “e após esta Comissão Executiva ter apresentado um ‘raio X’ da situação financeira do grupo, e exposto algumas situações e procedimentos detetados que nos suscitaram sérias dúvidas quanto à sua legalidade e transparência, aproveitámos para solicitar aos acionistas que fizessem algum esforço financeiro no sentido de minorar a difícil situação existente a nível financeiro, pedido esse que foi liminarmente rejeitado, não se mostrando qualquer deles disponível para tal”.
O comunicado realça que no decurso da citada reunião, “os acionistas decidiram transmitir a esta Comissão Executiva um voto de confiança e reafirmar o seu apoio ao plano de reestruturação em curso” e frisa que “as dificuldades financeiras existentes do grupo não são novas e a reestruturação aprovada e em curso é indispensável para a sobrevivência do grupo”.
Agora, “na sequência do comunicado” subscrito pelos acionistas minoritários, o representante do World Opportunity Fund avança então com o anúncio de uma auditoria e eventual “posterior decisão em recorrer a outras instâncias”.