Karina Bacchi criticou a reação que a atriz Ewbank teve quando os filhos foram alvo de comentários racistas, o que conduziu a uma chuva de condenações por parte dos internautas. Também Ewbank manifestou-se, acusando a apresentadora de estar mais preocupada com a reação do que com o crime de racismo vivido
Giovanna Ewbank e Karina Bacchi, duas atrizes brasileiras, protagonizaram, esta sexta-feira, uma troca de acusações na sequência do alegado episódio racista que os filhos de Giovanna Ewbank e do marido, Bruno Gagliasso sofreram no final de julho num bar da Costa de Caparica, em Portugal. Num podcast, a atriz Karina Bacchi criticou a reação de Ewbank, tendo sido criticada por isso online. Ewbank também não conseguiu ficar em silêncio e Bacchi acabou por pedir desculpa no Instagram.
Num episódio do seu podcast “Positivamente”, a apresentadora Karina Bacchi desaprovou a reação de Giovanna perante a alegada agressora. Apesar de não nomear a quem se referia, a descrição dos eventos tornou fácil a sua identificação.
“Existiu um episódio nos média de uma mãe em que ao que parece os filhos sofreram de preconceito. Para defender os filhos, ela bateu, ‘xingou’ (insultou), cuspiu e todos ficaram do seu lado (…). Eu concordo que temos que defender os nossos filhos, mas eu não acredito que a defesa esteja em cuspir, ofender, agredir e as pessoas acharem que fez pouco.”, declarou.
Além disso, questionou o exemplo que foi passado aos filhos que presenciaram tudo.
Em pouco tempo, as frases ditas no podcast tornaram-se virais e Bacchi tornou-se num dos tópicos mais comentados no Twitter, com os internautas a condenarem o seu ponto de vista, acusando-a de falar “do alto do seu privilégio branco”.
A Karina Bacchi uma mulher branca que no alto do seu privilégio foi escolher um doador branco pra que seu filho pudesse nascer branco de olho azul jamais saberá o que é sofrer racismo. Deverua ficar calada e ir cuidar dos problemas dela com o ex na criação do filho https://t.co/TZUoLegEXI
— Isabel (@IsabelMRAN) August 12, 2022
Sobre Karina Bacchi: ela não entende e jamais vai entender que não é só sobre defender os filhos, é sobre racismo. pic.twitter.com/jOWB1ruDnR
— extraterrestre super estrela (@LuiizFiilho) August 12, 2022
Quem não ficou indiferente foi Giovanna Ewbank. Através das redes sociais, confessou estar “habituada” a que pessoas comentem a maneira como defende os filhos. Ainda assim, declarou ser “estranho” que a apresentadora do podcast estivesse mais preocupada em criticar a sua reação do que o crime de racismo que os filhos sofreram em Portugal.
Ewbank respondeu ainda ao comentário da jornalista e criadora de conteúdo brasileira María Azevedo, que escreveu no Twitter que a única coisa que Bacchi queria era ganhar audiência no seu podcast e disseminar o seu discurso conservador. Na resposta, a mulher de Bruno Gagliasso escreveu que os comentários acabam por se refletir em Bacchi: "Diz muito mais sobre ela e sobre quem concorda com ela do que sobre mim”.
É método!E quase respondi pq revolta quando se metem em como defendo meus filhos. Mas o fato de incomodar mais eu ter revidado agressão racista mostra como se ignora a violência q meus filhos e os angolanos sofreram. Diz muito mais sobre ela e quem concorda com ela q sobre mim!🤷♀️
— Giovanna Ewbank (@gioewbank) August 12, 2022
Bacchi desculpa-se e assume que só quer "paz, paz, paz"
Depois de ter iniciado a polémica e de ter sido fortemente criticada, a atriz veio desculpar-se nas histórias do Instagram por "não se ter feito entender", frisando que "não compactua nem apoia atitudes racistas".
No longo texto partilhado, Bacchi destacou que "a sua intenção jamais será ferir" e que apenas "deseja paz no mundo". Ainda assim, não deixa de reiterar que "mesmo agredida, não reagirá na mesma medida". "Continuarei a desejar paz, paz, paz."
Acrescenta ainda que nunca saberá o que é ser "agredida por ser negra", mas conta que já foi "insultada" e que sente dor, mesmo quando o ódio é destinado a outro.
"Sinto dor em ser mulher. A dor de ser mãe, A cruz de ser cristã. Que sejamos mais pacíficos. Mais brandos. Mais amorosos", conclui.
Veja abaixo as histórias partilhadas: