Gil Vicente-FC Porto, 0-2 (crónica)

Nuno Dantas , Estádio Cidade de Barcelos
3 set 2022, 22:29
Fran Navarro e Pepe no Gil Vicente-FC Porto

Dragão lambe as feridas com um galo bem tenrinho

Foi com um galo bem tenrinho que o dragão lambeu as feridas e que tentou fazer esquecer o desaire na jornada anterior. Sérgio Conceição, que manteve a tradição de não perder dois jogos seguidos no campeonato alcançou a vitória 200 em todas as competições, fez uma pequena revolução no onze, trocando cinco jogadores. Taremi, que voltou às grandes exibições, e Galeno marcaram os golos portistas, depois de dois anulados a Toni Martinez.  

Ainda assim, os azuis e brancos deixaram transparecer algumas lacunas na construção de jogo, minimizadas com a pouca oposição dos barcelenses. O Gil Vicente quase não existiu na primeira metade e a reação na segunda ficou longe de assustar os dragões. Ivo Vieira tem, ainda, muito para trabalhar nesta equipa e dar outra qualidade ao jogo dos galos.

Cinco mudanças de Conceição

Sérgio Conceição mostrou o descontentamento pela exibição em Vila do Conde ao fazer nada mais nada menos que cinco alterações no onze. Na defesa, só Diogo Costa e Pepe resistiram. Pêpe ocupou o lado direito, Wendel surgiu à esquerda e ao lado do capitão estreou-se David Carmo. Eustáquio surgiu no meio-campo ao lado de Uribe, Galeno apareceu à esquerda e Toni Martinez fez dupla de ataque com Taremi.

Do lado do Gil Vicente, que vinha de uma igualdade no reduto do Vizela, houve apenas duas alterações. Sairam Carraça – emprestado pelos dragões – e Mizuki e entraram Hackman e Bilel, que fazia a estreia na temporada. Contudo, as alterações de pouco valeram, pois os galos fizeram uma primeira parte medíocre.

Os portistas começaram cedo a tentar mostrar que a derrota na jornada anterior tinha sido um acidente de percurso. Contudo, na primeira meia hora os azuis e brancos sentiram muitas dificuldades para ligar o jogo, principalmente com o meio-campo, com Eustáquio e Uribe a ocupar constantemente o mesmo espaço.

Por outro lado, Wendel aventurava-se pouco no ataque e não dava profundidade à equipa e David Carmo também se retraía na hora de lançar o ataque, preferindo passes lateralizados.

Os gilistas, que quase não existiram no primeiro tempo, até podiam ter marcado primeiro. Numa perda de bola portista, Fujimoto isolou Bilel que, isolado, não conseguiu bater Diogo Costa. Boa defesa do guardião azul e branco. E foi tudo para um galo muito tenrinho.

Apesar das dificuldades sentidas na construção do jogo, os dragões marcaram primeiro, mas Toni Martinez estava em fora de jogo. Aliás, o espanhol iria voltar a marcar, mas uma vez mais, estava em posição irregular. Uribe, de cabeça, também ficou perto do golo e Otávio falhou mesmo de baliza aberta.

Acabou por aparecer super-Taremi a fazer um golaço e desbloquear o encontro. Bola a pingar na área e o iraniano, de primeira, a rematar em arco para o fundo das redes. Pouco depois, os dragões ampliaram a vantagem num excelente lance de contra-ataque. Taremi, uma vez mais, recuperou o esférico, foi por ali fora, isolou Eustáquio que ofereceu o golo a Galeno.

Galo muda a tática e melhora

Ivo Vieira deve ter dito das boas aos jogadores no intervalo. O técnico fez quatro alterações para o segundo tempo, mostrando o descontentamento com o comportamento da equipa. Desfez o 4-3-3 e passou a jogar num 3-4-3. Os galos melhoraram significativamente e deram um ar da sua graça.

Os portistas baixaram o ritmo, baixaram no terreno e foram criando perigo em transições rápidas. Contudo, a melhor ocasião de toda a segunda parte pertenceu ao Gil Vicente. Pedro Tiba, que entrou bem no jogo, cruzou da direita e Fran Navarro a cabecear para defesa por instinto de Diogo Costa.

Até ao final, muitas aproximações às balizas, mas o resultado nunca sofreu qualquer ameaça. Vitória 200 de Sérgio Conceição de dragão ao peito.

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