Quiosque: «Iate comprado e sustentado com dinheiro do Benfica»(A Bola)

27 set 2001, 08:38

«Lucky Me» ponto de partida para extensa acusação do MP Em quatro páginas, «A Bola» publica a extensa acusação com que o Ministério Público sustenta o processo-crime ao ex-presidente do Benfica, que se mantém em prisão preventiva.

Em quatro páginas, «A Bola» publica a extensa acusação com que o Ministério Público sustenta o processo-crime ao ex-presidente do Benfica, que se mantém em prisão preventiva. 

João Vale e Azevedo é acusado de um extenso rol de irregularidades, num texto de acusação que contém 150 pontos diferentes. O processo é complexo e, neste momento, mantém-se à espera de um julgamento em tribunal. A acusação do Ministério Público já está pronta e é essa parte que «A Bola» publica esta quarta-feira. Até julgamento, Vale e Azevedo permanecerá em prisão preventiva, após decisão da Juíza de Instrução Criminal. 

O extenso texto do MP aponta para o facto de Vale e Azevedo ter desviado um milhão de dólares do contrato de venda do guarda-redes Ovchinnikov ao Alverca, em dois cheques diferentes (um de 600 mil e outro de 400 mil), a 16 de Julho de 1999. Três dias depois, estes valores foram, de acordo com a acusação do MP, depositados numa conta no BCP da Sojifa Investments. Esta conta foi tranferida para uma conta em Gibraltar do National Westminster Bank, ordenada por escrito por Vale e Azevedo, a 26 de Julho de 1999. Quatro dias mais tarde, foi operado o pagamento do iate «Lucky Me», no valor de 1, 049 milhões de dólares (operação final), por transferênca bancária da J.F. International Yachts, propriedade de Vale e Azevedo e que era, precisamente, a empresa titular da conta do banco em Gibraltar. 

A principal acusação do MP é construída à volta desta teia, que começa, então, na venda de Ovchinnikov e culmina, duas semanas depois, na compra pessoal de um iate. Vale e Azevedo é, assim acusado de ter desviado um milhão de dólares do clube para benefício pessoal. O Ministério Público acusa o ex-presidente do Benfica de ter desviado esse dinheiro para «paraísos fiscais», para consumar a operação. 

Apresentado o texto da acusação, o MP tem, assim, as investigações concluídas. Resta, agora, saber se a Juíza de Instrução Criminal marca julgamento.

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