Estreia no palco foi em 1978 e deixa uma longa lista de filmes, novelas, séries e programas de televisão. Morreu esta quarta-feira. Tinha 62 anos
Rogério Samora nasceu na Amadora, frequentou o curso de teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema, estreou-se no palco em 1978, mas é a lista de filmes, novelas, séries e programas de televisão que tem mais de uma centena de títulos.
Foi apresentador no arranque da TVI, em 1993, mas, a partir de 2007, e na qualidade de ator, passou a ser exclusivo do canal e presença diária na ficção nacional. Passou pela Última Aposta, um episódio da minissérie Casos da Vida, onde deu vida a um viúvo, rico mas viciado em jogo.
Participou em Equador, a série de televisão produzida pela TVI, baseada na obra de Miguel Sousa Tavares, e a última novela que fez para o canal foi Mar de Paixão, em 2010/2011. Trabalhou com os realizadores António Pedro Vasconcelos, Manoel de Oliveira e Fernando Lopes.
Emprestou a tão característica voz e timbre a clássicos da animação, como no Rei Leão, em que fez de Scar, e mais recentemente Foi Homem do Bussaco em O Filme do Bruno Aleixo, de 2020.
Ator, com uma vida que chegou a dizer ser muito louca e desgastante, gostava de fotografia e quem o acompanhava nas redes sociais sabia como olhava para o mundo. Os estranhos meses de confinamento mostraram-lhe, de uma forma muito cruel, como nada é garantido e foi por isso que se juntou à fotógrafa Margarida Dias para criarem um calendário solidário a favor da Rede de Emergência Alimentar. Expôs o próprio corpo, nu, num cenário inóspito, para ilustrar a solidão, o abandono e a ausência de liberdade vividos por tantos.
Em 2018 tinha aberto uma guesthouse no Porto e anunciado que ia deixar a carreira artística, mas ainda voltou às novelas, na SIC, onde estava como exclusivo desde 2011. A 20 de julho de 2021 sofreu uma paragem cardiorrespiratória durante as gravações da novela "Amor Amor". Morreu esta quarta-feira, aos 62 anos.
Vídeo: Dois minutos de Rogério Samora, um homem "feliz enquanto ator"
