Rai foi um dos tufões mais mortíferos registados nas Filipinas. "Algumas áreas parecem ter sido bombardeadas de forma pior do que na Segunda Guerra Mundial", diz a Cruz Vermelha
Pelo menos 375 pessoas morreram nas Filipinas em consequência do super-tufão Rai, que atingiu o país na quinta e sexta-feira. A informação sobre vítimas mortais foi atualizada esta segunda-feira, fazendo subir os números, pois só agora, conforme as autoridades conseguiram chegar a algumas zonas mais isoladas, nas ilhas do sudeste do país, foi possível fazer um retrato mais exato da devastação causada pela tempestade.
Classificado pelas autoridades filipinas como um super-tufão, o Rai atingiu ventos superiores a 195 km/h e provocou cerca de 490 mil deslocados - dos quais à volta de 300 mil pessoas estarão desalojadas.
Segundo os dados divulgados pela polícia, pelo menos 239 pessoas ficaram feridas e outras 52 estão dadas como desaparecidas.
Equipas de resgate citadas pelos media filipinos e por jornais internacionais descrevem o rasto de destruição deixado pelo Rai como uma "carnificina total". "Algumas áreas parecem ter sido bombardeadas de forma pior do que na Segunda Guerra Mundial", disse à BBC o presidente da Cruz Vermelha das Filipinas, Richard Gordon. "As equipas de emergência da Cruz Vermelha relatam uma carnificina total nas áreas costeiras", disse o mesmo responsável, dando conta de “casas, hospitais, escolas e edifícios comunitários destruídos."
No entanto, não há ainda informação sobre o que se passa em algumas zonas mais isoladas, com as quais ainda não se restabeleceram as comunicações. “Muitas áreas não têm eletricidade, nem comunicações, muito pouca água”, disse o responsável da Cruz Vermelha. Apesar disso, a informação já existente permite classificar o Rai como um dos tufões mais mortíferos de que há registo nas Filipinas.
Há indicações, ainda não confirmadas oficialmente, de grandes deslizamentos de terra e de inundações que podem ter provocado muitas mais vítimas mortais.
Segundo a agência Reuters, mais da metade das mortes reportadas pela polícia aconteceram na região central de Visayas, que inclui a província de Bohol, onde ficam alguns dos destinos turísticos mais populares do país, incluindo famosos locais de mergulho.