Tonga sem comunicações com o resto do mundo após erupção e tsunami

Agência Lusa , CM
19 jan 2022, 06:49

Cabo de comunicação submarino vai demorar pelo menos um mês a ser reparado

A Nova Zelândia disse hoje que irá demorar pelo menos um mês a ser reparado um cabo de comunicação submarino que liga ao resto do mundo as ilhas de Tonga, devastadas por uma erupção vulcânica e um tsunami.

"A empresa de cabo norte-americana SubCom diz que irá demorar pelo menos quatro semanas para restaurar a conexão a Tonga", disse o Ministério das Relações Exteriores numa atualização sobre o desastre que atingiu o arquipélago do Pacífico no sábado.

Desde então que só foi possível entrar em contacto com Tonga através de telefones via satélite, a maioria detida por embaixadas estrangeiras na capital, Nuku'alofa.

Segundo a SubCom, a ligação sofreu duas ruturas, uma localizada a 37 quilómetros da costa e a outra num cabo local situado próximo do vulcão, o que dificulta a reparação.

Uma embarcação de reparação está atualmente a caminho da vizinha Papua Nova Guiné.

A Digicel, uma operadora móvel de Tonga, restaurou alguns serviços domésticos básicos de 2G, mas alertou que ainda pode demorar muito para retomar as chamadas internacionais.

A operadora Kacific, envolvida numa disputa contratual com o Governo de Tonga, disse que ainda não teve contacto com o Governo, disse à AFP Christian Patouraux, diretor administrativo da Kacific.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse em comunicado na terça-feira que o oficial de ligação, Yutaro Setoya, é responsável pela comunicação entre as agências da ONU e o Governo local.

A Marinha de Tonga lançou hoje uma operação para retirar cerca de 150 moradores das ilhas Mango e Fonoifua, duas das mais afetadas pela erupção e tsunami, para outras ilhas.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia, Nanaia Mahuta, confirmou numa conferência de imprensa que a operação está em andamento.

"Estamos cientes de que há danos significativos nas ilhas externas”, disse a ministra.

Na terça-feira à noite, no primeiro comunicado após o desastre, adiado pelo corte de comunicações no arquipélago, o governo de Tonga disse que o tsunami, com ondas de até 15 metros de altura, destruiu todas as casas em Mango, enquanto apenas duas permaneceram de pé em Fonoifua.

Pelo menos três pessoas perderam a vida em Mango, incluindo uma mulher de 65 anos, neste "desastre sem precedentes" na nação do Pacífico Sul, disse o governo.

A erupção do Hunga Tonga Hunga Ha'apai, que foi ouvida a centenas de quilómetros de distância e foi claramente vista do espaço, também fez com que o vulcão desaparecesse da superfície marítima.

A Nova Zelândia e a Austrália enviaram dois barcos com ajuda humanitária, que terão que cumprir os rígidos protocolos contra a pandemia em Tonga, um território onde até agora só foi relatado um caso de covid-19.

A pista do aeroporto da principal ilha do país está a ser limpa para permitir a chegada de voos com bens de emergência.

Um dos problemas mais graves apontados é a escassez de água potável, pois o desastre natural terá contaminado as reservas de água, seja devido à densa camada de cinzas que cobriu o território ou à invasão de água salgada.

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