Uma das principais figuras da justiça brasileira fala em ataques ao STF e à Câmara dos Deputados
O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil foi evacuado depois de terem sido ouvidas duas grandes explosões. Os ministros foram retirados do local, uma vez que é ali que estão considerados os vários poderes brasileiros, sendo o local conhecido como a Praça dos Três Poderes.
Aquele tribunal confirmou que os ministros foram retirados do local, que fica na Esplanada dos Ministérios, no centro de Brasília, capital do país.
O STF já confirmou que todos os seus funcionários também foram retirados, encontrando-se o tribunal a colaborar com as autoridades do Distrito Federal.
"Ao final da sessão do STF desta quarta-feira, dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os funcionários e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF", diz a nota do STF.
De acordo com a CNN Brasil, estão já confirmadas duas explosões. Uma delas deu-se mesmo junto ao STF, onde morreu um homem que a Polícia Civil do Distrito Federal identificou como Francisco Wanderley Luiz. Perto do local, a cerca de 500 metros, uma outra explosão foi ouvida junto ao Anexo 4 da Câmara dos Deputados. As autoridades já investigam se existe uma relação entre os dois casos, sabendo-se que a segunda explosão ocorreu num carro que estava no nome da vítima mortal.
A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, já confirmou que o homem que morreu na explosão tinha tentado entrar no prédio do STF.
“Logo após o momento da explosão, o cidadão aproximou-se do Supremo, onde tentou entrar no prédio e não conseguiu. E realmente teve a explosão ali na porta”, afirmou.
De acordo com a vice-governadora, a primeira explosão que aconteceu foi a do carro no Anexo 4 da Câmara dos Deputados. E, posteriormente, houve a explosão na porta do STF.
Celina Leão disse que há uma linha de investigação, mas que ainda não confirma a identidade do homem morto, porque o corpo ainda está com artefatos e não foi possível fazer a perícia.
“É importante informar que após a explosão a Polícia Militar chegou ao local na hora. O Corpo de Bombeiros também chegou imediatamente”, prosseguiu.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) reforçou as medidas de segurança no Palácio do Planalto e ativou o Plano Escudo, medida que permite a atuação do exército nos palácios da Presidência e da Granja do Torto sem uma operação formal de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
No seguimento da ordem, o exército acionou a companhia de choque para ficar de prontidão. Cerca de 200 a 250 militares estão à disposição para reforçar a segurança na área do Planalto.
O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, uma das figuras mais importantes da justiça brasileira, já veio repudiar o acontecimento, utilizando mesmo a palavra "ataques", afirmando que os mesmos se dirigiram "contra o STF e a Câmara dos Deputados".
Repudio com toda a veemência os ataques contra o STF e a Câmara dos Deputados. Manifesto minha solidariedade aos ministros e parlamentares. A Polícia Federal investigará com rigor e celeridade as explosões no perímetro da praça dos três Poderes. Precisamos saber a motivação dos…
— Jorge Messias (@jorgemessiasagu) November 13, 2024
A Polícia Militar (PM) ordenou de imediato o fecho parcial da Esplanada dos Ministérios, local ao qual o acesso está agora restrito. Em paralelo, a CNN Brasil avança que o Corpo de Bombeiros que tomou conta da ocorrência já confirmou a existência de uma explosão e uma morte.
"Quando acontece uma ocorrência com suspeitas de explosivo, que tem explosão, é acionada a operação Petardo da PM, na qual o Batalhão de Operações Especiais, o Bope, vai até ao local para fazer uma vistoria e verificar se há mais explosivos. É possível que na explosão nem todos explosivos tenham sido detonados", explicou o major da PM Raphael van der Broocke.
Já a Folha de São Paulo indica que uma das explosões ocorreu num carro que estava perto da Câmara dos Deputados. Os barulhos foram ouvidos por volta das 19:30 locais (mais três horas em Portugal Continental).
No local estão também agentes do Gabinete de Segurança Institucional, responsáveis pela segurança do Palácio do Planalto, sede do governo brasileiro. O presidente Lula da Silva tinha deixado o local cerca de duas horas antes.