Subdiretora-geral de Veterinária demite-se depois de se saber que enfrenta processo na Justiça (e a ministra da Agricultura deixou-a cair após a ter defendido)

30 jan 2023, 18:51

Subdiretora-geral de Veterinária tinha sido condenado num processo num julgamento que foi anulada e que vai ser repetido - motivo pelo qual se mantém como arguida. Ministra da Agricultura (na imagem) tinha feito declarações horas antes em defesa da subdiretora a propósito deste caso. Agora deixa-a cair

Luísa Sá Gomes, subdiretora-geral da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), demitiu-se esta segunda-feira depois de se tornar público que estava a ser julgada e que já tinha sido condenada a dois anos e três meses de pena suspensa - ainda que o julgamento tenha de ser repetido.

Em comunicado enviado pelo gabinete da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes informa que aceitou o pedido de demissão apresentado por Luísa Sá Gomes, jurista, "que entendeu não reunir condições para continuar a desempenhar as funções para as quais foi nomeada". 

Luísa Sá Gomes foi condenada pelos crimes de abuso de poder, participação económica em negócio e falsificação de documento no âmbito de um caso relacionado com ajustes diretos em empreitadas para construir ou remodelar alguns postos da GNR. O julgamento foi anulado e mandado repetir pelo Tribunal da Relação de Lisboa por suspeita de vários erros no processo. Foi durante esse período que a ministra da Agricultura nomeou Luísa Sá Gomes para o cargo de subdiretora-geral da DGAV, antes mesmo de conhecer a sentença. 

Ministra defendeu que não havia "impedimento legal"

Confrontada pela CNN Portugal, Maria do Céu Antunes disse que o facto de a jurista estar a ser novamente julgada repõe o caso no mesmo ponto em que estava, afirmando não haver qualquer "impedimento legal" para a nomeação da jurista.

Apesar de o Ministério Público ter solicitado a inibição de funções, a ministra defendeu que Luísa Sá Gomes não fora condenada nem fora alvo de qualquer sentença que implique a inibição do exercício de funções públicas ou de funções dirigentes.

Esta é a mais recente polémica a envolver a ministra da Agricultura. Recorde-se que a última secretária de Estado da Agricultura nomeada por Maria do Céu Antunes esteve apenas 24 horas no cargo, demitindo-se depois de se ter tornado público que tinha as contas arrestadas e estava a contas com a Justiça.

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