Rui Reininho experimental junta-se a Pedro Burmester a quatro mãos

16 nov 2021, 19:51
Rui Reininho (GNR)

O cantor Rui Reininho e o pianista Pedro Burmester são os destaques da programação do Auditório de Espinho para janeiro, numa escolha simbólica com que essa sala do distrito de Aveiro espera antecipar um orçamento “inédito” na sua história.

André Gomes, responsável pela programação não-clássica da sala gerida pela Academia e Escola Profissional de Música de Espinho, explicou à Lusa que essa expectativa resulta da recente inclusão desse auditório na Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP).

“Estes são apenas os três primeiros nomes de um ano de programação que, esperamos, possa vir a significar um aumento da nossa oferta. Estamos neste momento em processo de candidatura ao apoio à programação no âmbito da recém-criada RTCP e estamos esperançosos na concretização dessa ajuda, o que significaria algo inédito nos 15 anos de vida do Auditório”, declarou.

A aposta em projetos portugueses para o arranque de 2022 pretende assim ser “um sinal de esperança e de regresso a uma certa normalidade”, mas refletindo também um cartaz “simbólico e com diversidade”, composto por “teatro, o lado mais experimental do Rui Reininho e a música erudita pelas mãos de Pedro Burmester”.

No caso do músico que se tornou uma referência como vocalista da banda GNR, o concerto em Espinho está marcado para o dia 22 de janeiro e terá por base o disco “20.000 Éguas Submarinas", que, editado em 2021, “expõe Rui Reininho no cume da sua essência”.

André Gomes realça que o cantor “tem tanto de próprio como de não-comum” e adianta que, depois do álbum “Companhia das Índias” (2008), o seu novo trabalho é resultado de uma viagem que, durante dois anos, o levou com o produtor Paulo Borges “pelos confins dos mares já dantes navegados, a passo, trote, galope, mariposa e voo”.

Já o concerto de Pedro Burmester, a 28 de janeiro, será uma oportunidade para conhecer “duas obras fundamentais da música oitocentista”, marcada pela transformação operada nos hábitos sociais do século XIX e pela inovação tecnológica da época: os 24 prelúdios de Fréderic Chopin e a Sinfonia N.º 5 Op. 67 de Beethoven, executada a quatro mãos com Pedro Borges.

“Do intimismo virtuosístico dos Prelúdios de Chopin, anunciadores de uma abordagem livre e expressiva, ao estilo sinfónico de Beethoven, sugerimos um percurso pelo Classicismo vienense e pelo Romantismo parisiense, com raízes na Polónia”, observou André Gomes.

A terceira proposta do Auditório de Espinho para janeiro sobe ao palco no dia 14 e envolve um espetáculo músico-teatral pela companhia ACERT. "Car12 – A Grande Viagem” tem encenação de José Rui Martins e leva os atores Miguel Cardoso e André Cardoso numa jornada-dueto “num veículo surpreendente”

A programação de janeiro do Auditório de Espinho incluirá igualmente uma residência artística da cantautora Amélia Muge, a propósito da qual André Gomes antecipa: “Disso resultará uma digressão que passará também pela nossa sala ainda em 2022”.

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