Em cima da mesa poderá estar o nome do antigo presidente do PSD, Luís Marque Mendes, que já mostrou interesse em apresentar uma candidatura a Belém
O primeiro-ministro Luís Montenegro afirmou na tarde deste domingo que o PSD tem como objetivo apresentar um candidato às presidenciais de 2026 que seja militante do partido.
“Sobre as eleições presidenciais, enquanto presidente do PSD, estou vinculado a uma moção estratégia que apresentei ao último congresso e na qual nós preconizamos uma candidatura no nosso espaço político preferencialmente com um militante nosso e é isso que temos que fazer”, afirmou aos jornalistas à saída de um evento da Monta-Engil, no Porto. Em cima da mesa estará o nome do antigo presidente do PSD, Luís Marque Mendes, que já mostrou interesse em apresentar uma candidatura a Belém.
Questionado sobre o almirante Gouveia e Melo, Montenegro afirmou que “o Governo abordará esse tema dentro dos timings que estão previstos na lei”, acrescentando que não vai “adiantar nada nem comentar as notícias que foram trazidas a público”.
A reação surge um dia depois de ter vindo a público que o almirante Henrique Gouveia e Melo teria informado o Governo de que não tem disponibilidade para ser reconduzido como Chefe do Estado-Maior da Armada, tendo comunicado essa decisão diretamente ao ministro da Defesa, Nuno Melo.
Na moção aprovada no congresso social-democrata de outubro, Luís Montengro apontava que as candidaturas para as presidenciais "não devem nascer nos partidos, o que não quer dizer que os partidos as não possam apoiar e até estimular". "No caso do PSD, seguiremos a tradição de aguardar as disponibilidades eventuais de militantes do partido com apetência e qualificação pessoal e política para o cargo".
"Há seguramente nos nossos quadros partidários, militantes com notoriedade e conhecimento profundo e transversal do país, das políticas públicas, das instituições democráticas e cívicas, da realidade geopolítica internacional, da nossa participação na Organização das Nações Unidas, na União Europeia, na Nato, na CPLP e em todas as plataformas internacionais em que intervimos. Personalidades que dão garantias de isenção e competência para cumprir as responsabilidades que a Constituição da República atribui ao mais alto magistrado da Nação", defendeu o primeiro-ministro na moção.
Naquela ocasião, Montenegro antecipava que o PSD iria avançar com um nome
"necessariamente abrangente e merecedor da confiança de eleitores de outras áreas políticas". "Da nossa parte, as eleições presidenciais serão totalmente alheias aos nossos governos locais, regionais e nacional e a participação do partido enquanto organização esgota-se na declaração de apoio que manifestará à personalidade que entendermos poder ser a mais bem posicionada para cumprir a função".Em entrevista à RTP, em 5 de setembro, Gouveia de Melo foi questionado sobre uma eventual candidatura presidencial e respondeu: “Não quero dizer que não.” "Um militar, depois de terminar o serviço ativo, é um cidadão normal", sublinhou.
Henrique Gouveia e Melo, que coordenou a equipa responsável pelo plano de vacinação nacional contra a covid-19, tomou posse como CEMA em 27 de dezembro de 2021, e está prestes a cumprir os três anos de mandato.
No discurso que Luís Montenegro fez na cerimónia de encerramento do Prémio Manuel António da Mota, domingo à tarde, no edifício da Alfândega do Porto, destacou o apoio às mulheres vítimas de violência, dizendo estar “solidário com o júri”, na medida em que “incorpora uma preocupação que não deve ser descurada por ninguém”
“As mulheres, infelizmente, são uma parte da nossa população que é mais atingida (…). As mulheres são mais atacadas desde a simples violência verbal até à morte”, afirmou, observando que todos serão sempre “poucos na conquista que representa para todos nós a garantia de uma igualdade efetiva para toda a sociedade”.
O primeiro-ministo salientou ainda o trabalho da Fundação Manuel António da Mota e das suas empresas, afirmando que é “um orgulho” ter em Portugal uma fundação assim.
“Família Mota [Engil], queria dizer obrigado e que estaremos ao vosso lado para que continuem a ser um contributo ativo do sucesso de Portugal”, declarou, acrescentando que a fundação existe “porque para além de todo o arrojo empresarial e dos valores que cultivou na sua família, foi também capaz de dar uma trajetória para as suas empresas (…), com sentido de risco (…), mas que possam conduzir à produção de maior riqueza”.
A olhar para as quatro gerações da Mota Engil há um fio condutor em todas elas, referiu Montenegro, elencando a “capacidade de liderança, de inovação, crescimento, sentido de responsabilidade”, sugerindo que hajam “mais empresas” como as da Fundação Manuel da Mota, para gerar mais riqueza”.
“O meu desejo hoje é que o trabalho das empresas da fundação, possa ter sequência e que nos próximos anos vejamos a [fundação] premiar projetos de integração de imigrantes, de apoio às famílias, de coesão territorial, de inovação e de preocupação climática”.
“Esta fundação, estes prémios, esta responsabilidade social que o grupo Mota Engil, equivale a um momento social que preconizamos para o país. Nós não queremos ter estigmas na sociedade”.
A Associação Democrática de Defesa dos Interesses e da Igualdade das Mulheres (ADDIM), instituição do Porto que avalia e acompanha casos de violência doméstica, venceu hoje o Prémio Manuel António da Mota, no valor de 50 mil euros.