Portugal reforça cuidados em embaixadas após cartas armadilhadas em Espanha

Agência Lusa , PP
2 dez 2022, 14:12
João Gomes Cravinho (AP Photo/Olivier Matthys)

“Estamos a dar indicações às nossas embaixadas para terem atenção redobrada a encomendas ou correio que recebam”, admite João Gomes Cravinho

O chefe da diplomacia portuguesa disse hoje que o Ministério dos Negócios Estrangeiros deu indicações às embaixadas portuguesas para reforçarem os cuidados na receção de correio, na sequência do caso das cartas armadilhadas enviadas para entidades em Espanha.

“Estamos a dar indicações às nossas embaixadas para terem atenção redobrada a encomendas ou correio que recebam”, disse, em declarações à agência Lusa, João Gomes Cravinho, a partir de Lodz (Polónia), garantindo que as missões portuguesas no exterior “estão atentas, em função do que aconteceu em Espanha nos últimos dias”.

Hoje, o ministro da Administração Interna espanhol tinha recomendado à Comissão Europeia e a países parceiros que tomem medidas caso recebam cartas armadilhadas semelhantes às enviadas nos últimos dias a várias entidades em Espanha, admitindo que podem estar relacionadas com a guerra na Ucrânia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português admitiu que houve o envio de uma circular para as representações e embaixadas portuguesas, com recomendações, mas preferiu não dar mais pormenores sobre os procedimentos, invocando razões de segurança.

“Por motivos de segurança, estas questões devem ser tratadas com o devido recato e a devida descrição”, referiu João Gomes Cravinho, que se encontra em Lodz no âmbito da reunião anual do Conselho Ministerial da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Autoridades reforçam proteção da embaixada da Ucrânia em Lisboa

As autoridades portuguesas reforçaram a proteção da embaixada da Ucrânia em Lisboa e admitem reapreciar o nível de ameaça em Portugal, após cartas armadilhadas terem sido recebidas por entidades em Espanha, anunciou esta sexta-feira o Sistema de Segurança Interna (SSI).

Em resposta a um pedido de esclarecimento da Lusa, na sequência da notícia da receção de pelo menos seis cartas armadilhadas em Espanha, o SSI confirmou que a Unidade de Coordenação Antiterrorismo (UCAT), que funciona no quadro do Sistema de Segurança Interna, “está a acompanhar atentamente a situação” e que se encontra em “estreita articulação com os seus parceiros espanhóis, europeus e internacionais”.

“Caso, fruto dessa cooperação com Espanha e parceiros internacionais, e da nossa análise interna, se justifique uma reapreciação do grau de ameaça e segurança, serão tomadas de imediato pelas autoridades competentes as correspondentes e adequadas medidas de alerta e dispositivo de segurança”, acrescentou também o gabinete do secretário-geral do SSI, Paulo Vizeu Pinheiro.

A UCAT agrega o Serviço de Informações de Segurança (SIS) - que avalia o grau de ameaça em território nacional -, a Polícia Judiciária (PJ) - que tem a competência de investigação do terrorismo –, a PSP – que faz a proteção das instalações diplomáticas e “preventivamente reforçou a proteção da Embaixada da Ucrânia em Lisboa” -, a GNR, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a Polícia Marítima e o Serviço de Informações Estratégicas e de Defesa (SIED).

O SSI assegurou ainda que todas estas entidades estão “a trabalhar de forma articulada e permanente” com os parceiros internacionais, em especial com os congéneres espanhóis do SIS e da PJ.

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