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Global: "Estamos a vacinar as pessoas com mais de 65 anos mas não podemos esquecer os que estão abaixo"

MJC
5 dez 2021, 22:29

No seu comentário semanal, Paulo Portas alerta que "ainda não há parecer da DGS sobre as vacinas das crianças e continua a não haver data para os menos de 65 levarem a terceira dose"

Paulo Portas está preocupado com a lentidão com que se está a administrar a terceira dose da vacina contra a covid-19 em Portugal. Num momento em que foi detetada uma nova variante e em que o número de infeções continua a aumentar, sobretudo entre os mais novos, o comentador da TVI deixa o alerta: "Não deixa de ser um paradoxo que nós estamos a vacinar as pessoas com mais de 65 anos, e isso tem de ser, mas se nos esquecemos dos que estão abaixo podemos ter um problema".

"Enquanto não soubermos mais[sobre este vírus], nós temos que comprar imunidade de seis em seis meses. Vacinar significa poder viver em condições menos anormais e as economias poderem funcionar", diz, no seu comentário semanal, "Global".

Na Europa ainda há "seis países que estão a zeros na terceira dose e isso quando há um Espaço Schengen é problemático", diz Portas, lembrando que não existe "uma política de vacinação comum", por isso há limites ao que pode ser imposto aos países. 

"Em Portugal a questão da vacinação obrigatória não se coloca de todo", diz o comentador da TVI, uma vez que as pessoas aderiram à vacinação. Neste momento há há 1,5 milhões vacinados com terceira dose. No entanto, "há coisas que se estão a atrasar", avisa Paulo Portas.

"Ainda não há parecer da DGS sobre as vacinas das crianças e continua a não haver data para os menos de 65 levarem a terceira dose", diz.

Portas lembra que em janeiro "vamos ter 963 mil crianças para serem vacinadas; os que entretanto chegaram aos cinco meses da imunidade também precisam de reforço - e são 350 mil pessoas; há 600 mil que ainda não estão vacinados da Janssen; e ainda os abaixo de 65".

"Acho que é muito importante resolver a questão das crianças e começar a organizar a escadinha para que todos levem a dose de reforço."

Ómicron: os riscos desta nova variante

A variante Ómicron da covid-19 está, neste momento em 38 países, dos quais 17 são europeus, segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). O que é que já sabemos sobre esta variante? "Que são mutações que conseguem distrair os anticorpos, enganá-los. E há dois estudos que apontam para uma velocidade de expansão pelo menos duas vezes superior em relação às anteriores variantes", diz Paulo Portas. "E, ponto mais importante: é uma variante que é muito hábil a contagiar pessoas que já tiveram covid e, portanto, teriam já uma imunidade. Ou seja, terá uma capacidade de reinfeção três vezes superior à que tinha a Delta."

Finalmente, sublinha Portas, o lado melhor: "os sintomas reconhecidos nos pacientes apontam para sintomas mais leves do que severos. Há inúmeros doentes que não perderam nem o paladar nem o olfato".

O que é uma democracia?

Os Estados Unidos estão a organizar pela primeira vez a Cimeira das Democracias e Joe Biden "quer mostrar ao mundo que há mais países que gostam da democracia do que da autocracia", porém Portas não tem tanta certeza disso. Não só, dois terços do mundo vivem em regime autocráticos como estes ganharam espaço nos últimos tempos. diz o comentador.

Ainda comentando a política internacional, Paulo Portas olha para o Reino Unido: "Parece-me que Boris Johnson começou a sua descida aos infernos", diz, sublinhando a queda da popularidade do primeiro-ministro inglês, associada aos números da inflação e aos recorrentes problemas com a Escócia. Numa sondagem recente, 68% dos britânicos deram nota negativa a Boris Johnson. 

E uma palavra ainda para Angel Merkel que se despediu esta semana do cargo de chanceler da Alemanha com uma cerimónia que Porta considerou "muito bonita" e para a qual Merkel escolheu três músicas: uma delas uma canção punk de Nina Hagen que é "um hino crítico à Alemanha de Leste". 

Um filme: "De Gaulle"

Finalmente, Paulo Portas sugere uma ida ao cinema (com teste feito e máscara na cara) para ver "De Gaulle", o filme de Gabriel Le Bomin protagonizado por Lambert Wilson.: "Um excelente filme com um dos melhores atores franceses", diz.

Para Paulo Portas, De Gaulle "foi um heroi", "foi um homem que defendeu a independência da França contra aqueles que a queriam vender aos nazis". 

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