O que se sabe sobre a morte do baterista dos Foo Fighters, Taylor Hawkins

CNN , Dakin Andone
29 mar 2022, 18:00
Taylor Hawkins. Kevin Winter/Getty Images

A morte do baterista dos Foo Fighters, Taylor Hawkins, abalou o mundo da música este fim de semana, com fãs e músicos de todo o lado comovidos com o seu falecimento, aos 50 anos. As circunstâncias da morte de Hawkins permanecem pouco claras, mas eis o que sabemos até agora.

Ele tinha uma carreira de 25 anos com os Foo Fighters

Hawkings tocava bateria para Alanis Morissette, antes de se juntar aos Foo Fighters, em 1997, três anos depois de o grupo ser fundado pelo vocalista, Dave Grohl. Chegou a tempo de se juntar à digressão da banda, depois de lançarem “The Colour and the Shape”, que entrou no Rock and Roll Hall of Fame.

“No início, demorei um bocado a encontrar o meu lugar”, disse Hawkins a Anderson Cooper, da CNN, numa entrevista de 2014 para o “60 Minutes”. Foi uma referência à história de Grohl como baterista da lendária banda de grunge, Nirvana, que acabou abruptamente com a morte de Kurt Cobain, em abril de 1994. “Mas (Grohl) nunca me dificultou a vida”.

“Quando temos um baterista como o Taylor Hawkins na banda, não tenho saudades de tocar, porque tenho o melhor baterista do mundo”, disse Grohl, afirmando que Hawkins é “um baterista muito mais técnico do que eu”.

Os Foo Fighters não eram o único projeto de Hawkins. Ele tinha lançado material a solo com o seu nome e com os Taylor Hawkins & the Coattail Riders, onde Hawkins era vocalista e tocava bateria. A banda lançou três álbuns, o mais recente, “Get the Money”, em 2019.

No ano passado, Hawkins juntou-se a Dave Navarro e Chris Haney, dos Jane's Addiction, para formar o supergrupo NHC (Navarro, Hawkins, Chaney). Lançaram o seu EP de estreia, “Intakes & Outtakes”, em fevereiro.

Dave Grohl e Taylor Hawkins, dos Foo Fighters, a atuar no terceiro dia do Lollapalooza Chile 2022, no Parque Bicentenario Cerrillos, em Santiago.

Morreu na digressão pela América do Sul

Ainda há muito que não sabemos sobre a morte de Hawkins, mas a notícia foi dada na sexta-feira, quando os Foo Fighters se preparavam para atuar em Bogotá, na Colômbia, no Festival Estéreo Picnic.

“A família dos Foo Fighters está devastada pela perda trágica e prematura do nosso adorado Taylor Hawkins. O seu espírito musical e sorriso contagioso irá permanecer connosco para sempre”, disse a banda no Twitter. “Os nossos pensamentos estão com a sua esposa, filhos e família. Pedimos que tratem a privacidade deles com o maior respeito, neste momento extremamente difícil”.

Os serviços de emergência receberam informações, na noite de sexta-feira, sobre um paciente com dores no peito, num hotel a norte da cidade, segundo uma declaração do Ministério da Saúde de Bogotá. Foi enviada uma ambulância ao local. Um prestador de cuidados de saúde privado já lhe tinha prestado auxílio, mas os esforços para ressuscitar Hawkins não foram bem-sucedidos, dizia a declaração.

Romeo Reyes, um fã que viajou para Bogotá, de El Salvador, disse à CNN que o concerto foi cancelado à medida que os fãs começaram a aparecer, às 23h. “Cerca de 10 minutos depois, soube-se que o Taylor tinha morrido”, afirmou Reyes.

“Ficámos todos tristes”, disse.

O concerto da banda na Colômbia ia seguir-se de outro no domingo, em São Paulo, no Brasil.

Fãs a reagirem à notícia da morte do baterista dos Foo Fighters, Taylor Hawkins, no Festival Estéreo Picnic, em Bogotá.

O que diz um relatório preliminar da Procuradoria-Geral da Colômbia

A causa da morte não foi divulgada num “exame forense” preliminar, publicado pela Procuradoria-Geral da Colômbia, que relatou que um exame toxicológico à urina revelou dez substâncias, incluindo THC, antidepressivos tricíclicos, benzodiazepinas e opioides.

“O Instituto Nacional de Medicina Legal continua a fazer exames para chegar a uma explicação concreta dos eventos que levaram à morte de Taylor Hawkis”, dizia a declaração. A Procuradoria-Geral vai continuar a investigar as causas da morte, assim que possível.

Como está a ser recordado pelos seus colegas lendários

Os planos para o funeral de Hawkins ainda não foram revelados, mas os fãs e colegas de todo o mundo têm prestado homenagem a Hawkins desde o dia da sua morte, incluindo lendas do Rock and Roll, como Roger Taylor, baterista dos Queen, que Hawkins disse tê-lo inspirado a começar a tocar.

“Ele era um homem amável e incrível e um mentor inspirador para o meu filho Rufus e o melhor amigo que alguém podia ter”, escreveu o baterista dos Queen no Instagram, no sábado. Disse que a morte de Hawkins foi como “perder o irmão mais novo preferido”.

No seu próprio tributo, Jimmy Page dos Led Zeppelin recordou a altura em que tocou com os Foo Fighters, em 2008, no Estádio de Wembley, dizendo: “Foi tão bom tocar com ele. Eu admirava-o muito e ele era um músico incrível: a sua técnica, energia e entusiasmo”.

... e os seus fãs

Também há tributos de pessoas comuns, fãs que foram influenciados por Hawkins e pela sua música. Como Franco Tolone, que tweetou imagens de Hawkins a cantar “Somebody to Love”, dos Queen, no seu último concerto, a 20 de março, no Lollapalooza, na Argentina.

“Quem poderia imaginar que estávamos a ver o último concerto do Taylor Hawkins... Um choque”, escreveu Tolone. “Adeus, monstro da música”.

Outra fã é Emma Sofia, de nove anos, que conheceu Hawkins uns dias antes da sua morte, depois de ter montado a sua bateria à porta do hotel da banda, no Paraguai.

“Vamos lembrar-nos dele pelo seu carisma e pelo lindo gesto que teve com a Emma”, escreveu a família no Instagram dela. “O Taylor deu-nos algo em que acreditar. Ele era, é e será sempre uma inspiração”.

Aya Elamroussi, Jason Hanna, Chloe Melas, Stefano Pozzebon, Sara Smart e Michelle Watson, da CNN, contribuíram para este artigo.

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