"Nunca ataco negócios legítimos, só quem os rouba": D4rk R4bbit, o hacker russo que denunciou o cabecilha dos ataques à Impresa e Vodafone

4 abr 2022, 17:40

Assume-se como vigilante da internet e caçador de corruptos, pedófilos e ladrões. As suas denúncias levaram à detenção de sete jovens suspeitos de ligação ao grupo Lapsus$

No universo da pirataria informática conhecem-no como D4rk R4bbit, à TVI/CNN Portugal apresenta-se como Pavel. É dissidente russo e doutorado em segurança informática, mas é mais do que isso: trata-se de um dos 50 maiores hackers do mundo.

Usa o Twitter como montra de denúncias contra corruptos, esquemas em pirâmide e com criptomoedas. "Nunca ataco negócios legítimos, só quem os rouba", garante. Assume-se também como caçador de pedófilos, tendo já identificado suspeitos através da divulgação de fotografias, nomes e moradas, posteriormente encaminhadas para as autoridades dos países onde os alegados criminosos residem. Os "falsos hackers" são os seus alvos mais recentes, entre eles o principal cabecilha do Lapsus$ - grupo responsável pelos ataques à Vodafone e Impresa, dona do Expresso e da SIC. Sete jovens entre os 16 e os 21 anos que estavam ligados a este grupo foram detidos pela polícia britânica dias após a denúncia de Pavel, mas todos foram libertados. 

D4rk R4bbit diz vir de uma plataforma de vigilantes da internet, o scammer.info, através da qual já terão sido detetadas e fechadas grandes páginas de golpistas. "Esta [Lapsus$] foi apenas mais uma. Fácil." Explica que há duas formas de o fazer: passiva ou agressivamente. "Escolho uma abordagem mais agressiva e tento forçá-los a partilhar informação sem querer." Assim se vê numa conversa onde confronta o pai de um dos adolescentes do grupo denunciados. Este, também conhecido por "White" e "Breachbase", levaria a cabo as suas atividades sem que a família se apercebesse, mas Pavel não acredita nessa versão.

D4rk R4bbit deixou a Rússia precisamente antes da invasão da Ucrânia - "percebi que seria uma boa altura para tirar umas férias" - e foi na Europa que decidiu ficar por tempo indeterminado. Assume que não toma posições políticas e que apenas se vê preocupado com os efeitos provocados pela guerra, sobretudo no ocidente.

Já as suas atividades no universo digital vão continuar e o hacker espera que cheguem ainda mais longe. "Vou continuar a defender estas causas. Seria ótimo ajudar a fechar grupos maiores e a proteger a internet". 

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