Novo sistema da NASA consegue "seguir" até os mais pequenos asteroides que vêm em direção à Terra

CNN , Katie Hunt
30 mar 2022, 23:00
Imagem de uma animação que mostra a órbita prevista do asteroide 2022 EB5 à volta do Sol, antes de ter caído na atmosfera da Terra, a 11 de Março.

O sistema de pré-aviso para detetar asteroides que representam uma ameaça ao planeta Terra, operado pela NASA e pelos seus colaboradores em todo o mundo, foi posto à prova.

Detetou, com sucesso, um pequeno asteroide de dois metros e meio de largura apenas algumas horas antes de embater na atmosfera sobre o Mar da Noruega e de se desintegrar, na sexta-feira, 11 de março, segundo o comunicado do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA. É muito pequeno para representar qualquer perigo ao planeta Terra, informou a agência.

Muitas vezes, asteroides assim tão pequenos passam despercebidos pela rede de vigilância, e o 2022 EB5 – o nome que foi dado ao asteroide – é somente o quinto deste tipo a ser avistado e monitorizado antes da colisão. (Não é motivo de preocupação, pois um asteroide maior seria descoberto e monitorizado estando muito mais longe da Terra – anos antes de alguma colisão potencialmente devastadora.) 

“São inúmeros os asteroides minúsculos como o 2022 EB5, e embatem na atmosfera com bastante frequência – a cada 10 meses aproximadamente,” informou Paul Chodas, diretor do Centro de Estudos de Objetos do Espaço Próximos da Terra do JPL, que monitoriza cometas e asteroides potencialmente perigosos que possam colidir com o nosso planeta.

“Mas muito poucos asteroides deste tipo foram realmente detetados no espaço e observados amplamente antes do embate, porque na verdade são muito pouco percetíveis até às últimas horas que o antecedem, e um telescópio de observatório tem de observar o ponto certo do céu no momento exato para que um asteroide seja detetado".

O 2022 EB5 foi detetado apenas duas horas antes da colisão pelo astrónomo Krisztián Sarneczky no Observatório Piszkéstető, no norte da Hungria, que o sinalizou na Página de Confirmação de Objetos Próximos da Terra do Minor Planet Center, segundo a NASA.

“Scout” - o sistema de avaliação de risco de colisão da NASA – que pesquisa automaticamente na base de dados do Minor Planet Center o aparecimento de eventuais novos asteroides ou outros objetos espaciais, tirou estas medidas iniciais para calcular a trajetória do 2022 EB5. 

Assim que o sistema determinou que o 2022 EB5 ia embater contra a atmosfera da Terra, a NASA sinalizou-o na plataforma online do sistema “Scout” para notificar a comunidade do observatório de objetos próximos da Terra, que conseguiu fornecer informações adicionais sobre estes dados.

“O Scout podia apenas contar com 14 observações feitas em 40 minutos num observatório, quando identificou pela primeira vez o objeto como algo que iria colidir com o planeta Terra. Conseguimos determinar os locais do possível impacto, que inicialmente se estendiam da Gronelândia ocidental até ao largo da costa da Noruega,” disse Davide Farnocchia, um engenheiro de navegação do JPL que desenvolveu o sistema “Scout”. “Uma vez que mais observatórios monitorizavam o asteroide, os nossos cálculos da sua trajetória e das localizações de embate tornaram-se mais precisos.”

 A NASA informou que “deste acontecimento do mundo real” se pode depreender que os modelos de previsão de embate no CNEOS são absolutamente capazes de nos preparar para uma resposta à potencial colisão de um objeto de grandes dimensões.”

Asteroides e outros objetos próximos da Terra passam pelo nosso planeta várias vezes por semana. Em setembro, a NASA irá deliberadamente fazer colidir uma nave espacial contra um asteroide para alterar o seu percurso no espaço – testando tecnologia desenvolvida para desviar o embate de um asteroide.

Conhecida como a missão DART, ou o Teste de Desvio do Duplo Asteroide, a nave espacial está a apontar para Dimorphos, uma pequena lua que orbita o asteroide próximo da Terra, Didymos.

Objetos próximos da Terra são asteroides e cometas com órbitas que os colocam a cerca de 48 milhões de quilómetros da Terra.

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