“Não houve buscas em gabinetes de membros do Governo”. Executivo aguarda com “serenidade” resultado das buscas ao Conselho de Ministros

29 set 2022, 13:52
André Moz Caldas

O governante afirma que a atitude é de “total cooperação com as autoridades” e que as buscas se centraram ao nível dos serviços

O Governo confirmou a realização de buscas à sede do Conselho de Ministros, mas salienta que a operação não envolveu membros do Governo.

“Confirmo que decorreram buscas ao nível dos serviços, não nos gabinetes de membros do Governo”, disse o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, após a reunião do órgão esta sexta-feira.

O governante afirma que a atitude é de “total cooperação com as autoridades” e que o executivo aguarda com “serenidade” o desenvolvimento da operação. André Moz Caldas diz esperar, também, que o funcionamento do Conselho de Ministros “não seja afetado.

Questionado sobre uma eventual demissão de David Xavier, Moz Caldas sublinha que, “ao que parece, não há arguidos constituídos” e que não conhece “outros factos” para além da realização das buscas. “Não estamos no momento de fazer juízos de valor sobre a conduta de quem quer que seja, estamos no momento de dar espaço e condições à investigação criminal para averiguar tudo o que queira averiguar”, considerou.

A Polícia Judiciária esteve esta sexta-feira na sede da Presidência do Conselho de Ministros a efetuar buscas em vários postos de trabalho, sendo o alvo principal da operação o próprio secretário-geral, David Xavier, que está sob suspeita de corrupção e outros crimes associados à violação de regras de contratação pública a empresas privadas, de bens e serviços para o Governo, apurou a CNN Portugal.

O secretário-geral da presidência do Conselho de Ministros é suspeito de obter benefícios pessoais, através de subornos, na aquisição para o Estado de sistemas informáticos a uma determinada empresa do norte do país - em ajustes diretos que alegadamente violam as regras de transparência.

A operação é da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, da Polícia Judiciária, que também fez buscas domiciliárias - nas casas dos suspeitos da investigação, quer do lado da corrupção passiva quer do lado da corrupção ativa.

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