A propósito da impressionante condição física da equipa A capacidade de recuperação física dos coreanos tem espantado o Mundo. Há quem fale em chás milagrosos. Mas Hong Myung-Bo diz que o segredo é treinar no duro.
Hong Myung-Bo, o capitão da selecção coreana, tem sido uma das figuras de um campeonato extremamente pobre em individualidades. A capacidade de liderança defensiva deste número 20 que já vai no quarto Mundial transforma-o no ídolo de todo um país e justificou o aplauso de todos os comentadores, mesmo os que continuam a insistir nos favores de arbitragem de que a sua equipa beneficiou ao longo do Mundial: «Fala-se muito desse assunto, mas para nós o passado é passado. Queremos desligar-nos dessa polémica e preparar o jogo com a Alemanha nas melhores condições. Queremos tornar realidade o sonho deste país», afirma Hong, um dos raros coreanos cujo nome já se fixou na memória do público ocidental.
Para além dos favores de arbitragem, muito se tem comentado sobre a impressionante condição física dos coreanos. Entre suspeitas mumuradas entre dentes e nunca assumidas, uma nova explicação foi avançada por um jornal coreano, que fala das propriedades milagrosas de um chá de ginseng que os jogadores tomam antes do jogo e ao intervalo: «Uns bebem, outros não», responde Hong, com indiferença «Mas os nossos treinos são muito duros, e isso conta mais do que qualquer tipo de alimentação», frisa.
Em relação ao jogo com a Alemanha, Hong garante que a diferença de historial e o complexo sentido pelos coreanos durante décadas em relação às selecções da Europa já nada significam: «Já não receamos os europeus, nada nos fará entrar em campo condicionados». Nem sequer o desgaste acumulado? «É verdade que dois prolongamentos consecutivos são extremamente desgastantes para qualquer equipa. Mas todos nós temos uma grande força mental. Tenho a certeza de que amanhã estaremos recuperados do cansaço e prontos a cumprir mais um jogo intenso», garante o capitão, que converteu o último penalty no desempate com a Espanha.
As dúvidas sobre a utilização do avançado Ahn, que continua com problemas físicos a 24 horas do jogo, são desvalorizadas pelo número 20, que valoriza o colectivo: «Não sei se o Ahn vai estar no onze, mas se estiver contamos com ele para mais uma decisão difícil. Ele já nos deu grandes alegrias, marcando golos decisivos em dois jogos. Agora, ninguém duvide que esta selecção é mais do que um ou outro jogador. Podemos superar qualquer ausência».