Morreu o primeiro homem a receber um transplante de coração de porco

9 mar 2022, 15:28
O primeiro transplante de coração de um porco para um homem

Equipa médica envolvida vai agora investigar as causas da morte e publicar os resultados numa revista científica

O primeiro paciente a receber um transplante de coração de porco morreu, esta terça-feira, dois meses depois da cirurgia.

Segundo o The New York Times, ainda não se sabe se o corpo de David Bennett Sr, de 57 anos, rejeitou o órgão novo.

"Não havia nenhuma causa óbvia identificada na altura da sua morte", afirmou um porta-voz do Centro Médico da Universidade de Maryland.

A equipa envolvida no transplante e posterior seguimento do doente vai agora fazer uma investigação completa e os resultados serão depois publicados numa revista médica.

"Ele provou ser um paciente corajoso e nobre, que lutou até ao fim. O senhor Bennett ficou conhecido por milhões de pessoas pelo mundo inteiro pela sua coragem e firme vontade de viver", disse Bartley Griffith, o cirurgião que fez o transplante, garantindo que a equipa envolvida está "devastada" com a morte.

A notícia do primeiro transplante de coração de porco foi conhecida a 11 de janeiro, quando a cirurgia tinha apenas três dias de sucesso.

David Bennett, de 57 anos, tinha uma doença terminal do coração que o impedia de se candidatar a um transplante 'normal'. Depois de ter sido rejeitado várias vezes para estas listas, aceitou receber o transplante experimental de um coração de porco.

O coração que recebeu era de um porco geneticamente modificado. Um passo de gigante num processo de investigação com décadas: o de usar órgãos animais para transplantes humanos e 'editá-los' em laboratório.

"Ou morro ou faço este transplante. E eu quero viver. Sei que é um tiro no escuro, mas é a minha última oportunidade", tinha dito David Bennett, na véspera da cirurgia, citado pelo Centro Médico da Universidade de Maryland.

Esta cirurgia trouxe uma nova esperança às milhares de pessoas que esperam por um transplante de coração.

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