Tornou-se no primeiro arcebispo negro da Cidade do Cabo e foi uma das figuras do governo de Nelson Mandela
Morreu este domingo o arcebispo Desmond Tutu, ativista sul-africano que foi um dos rostos da luta contra o apartheid.
A informação foi confirmada através de comunicado pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
The passing of Archbishop Emeritus Desmond Tutu is another chapter of bereavement in our nation’s farewell to a generation of outstanding South Africans who have bequeathed us a liberated South Africa. pic.twitter.com/vjzFb3QrNZ
— Cyril Ramaphosa 🇿🇦 (@CyrilRamaphosa) December 26, 2021
"A morte do arcebispo emérito Desmond Tutu é um novo capítulo de luto na despedida da nossa nação a uma geração de sul-africanos excecionais que nos legaram uma África do sul liberta", acrescentou o presidente.
Desmond Tutu morre aos 90 anos, depois de ter recebido o Prémio Nobel da Paz em 1984 e se ter tornado no primeiro arcebispo negro da Cidade do Cabo.
Durante a era do apartheid, o ativista protagonizou um papel essencial, aparecendo também como uma das figuras no período de transição, tendo servido inclusivamente como presidente da Comissão de Verdade e Reconciliação durante o governo de Nelson Mandela.
Foi dele a expressão "nação arco-íris", que se celebrizou após o fim do apartheid. Além da luta política, esteve também ligado a outras causas sociais, como a LGBT ou o casamento homossexual: "Eu não adoraria um Deus que fosse homofóbico. Recusaria ir para um céu homofóbico", chegou mesmo a dizer em 2013.
No comunicado emitido, Cyril Ramaphosa expressou as condolências à família de Desmond Tutu, a quem chamou "um patriota sem igual".
Desmond Tutu estava doente há vários anos, depois de ter sido diagnosticado com cancro da próstata em 1997. Em 2013 começou por fazer vários testes para debelar uma infeção persistente, e acabou por ser internado muitas vezes desde então.
