Ministério Público pede suspensão do Benfica das competições desportivas

15 out 2024, 14:02

O atual presidente Rui Costa e os outros antigos administradores ficam de fora da acusação, pois o Ministério Público entende que o então vice-presidente Rui Costa não teria conhecimento dos alegados atos praticados por Luís Filipe Vieira e restantes arguidos

O Ministério Público pede a suspensão do Benfica das competições desportivas na sequência do caso dos emails, de acordo com o despacho da acusação a que a CNN Portugal teve acesso nesta terça-feira.

A mesma suspensão das competições desportivas é pedida para o V. Setúbal, que, apesar de à data dos factos ainda disputar a I Liga, encontra-se atualmente na 2.ª Divisão Distrital da Associação de Futebol de Setúbal.

Trata-se para o Ministério Público de uma pena acessória justificada pelo grau de ilicitude dos factos, o seu modo de execução e o grau de violação dos deveres impostos.

O Ministério Público pede também proibição do exercício da profissão ou atividade de agente desportivo para Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico do Benfica, Fernando da Silva Oliveira, antigo presidente do V. Setúbal, Vítor Hugo Valente, antigo dirigente do V. Setúbal, e Paulo Grencho, antigo diretor desportivo do V. Setúbal.

A SAD do Benfica foi acusada pelo Ministério Público de crimes como corrupção ativa, oferta indevida de vantagem e fraude fiscal qualificada, no megaprocesso conhecido como caso dos emails. Neste despacho, Luís Filipe Vieira é acusado de vários crimes, por ter alegadamente sido o mentor de um esquema que teria como objetivo a subversão da verdade desportiva pelo controlo de outros clubes que facilitariam a vida às águias nos jogos de confronto direto. 

O alegado esquema terá decorrido durante várias épocas desportivas - e visa nomeadamente o Vitória de Setúbal, clube que terá sido beneficiado financeiramente pelo Benfica. De resto, a SAD do Vitória de Setúbal também responde por corrupção, mas passiva.

Os sadinos respondem igualmente por recebimento indevido de vantagem e fraude fiscal. No processo, a investigação da Polícia Judiciária também se debruçou sobre a atuação da equipa do Vitória em jogos contra o Benfica, tendo concluído que as águias foram beneficiadas em campo pela má atuação em campo, alegadamente propositada, de alguns atletas adversários.

A SAD do Setúbal, em sérias dificuldades financeiras, terá sido beneficiada pelo Benfica nomeadamente com o empréstimo e cedência de jogadores.

A acusação diz respeito ao período entre 2016 e 2019.

O atual presidente Rui Costa e os outros antigos administradores ficam de fora da acusação, pois o Ministério Público entende que o então vice-presidente Rui Costa não teria conhecimento dos alegados atos praticados por Luís Filipe Vieira e restantes arguidos.

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