Mais de quatro mil pessoas retidas em cruzeiro no porto de Lisboa devido a surto de covid-19

CNN Portugal , BCE (atualizada às 21:40 com Lusa)
31 dez 2021, 18:50

O cruzeiro tinha previsto passar a noite no Funchal, na Madeira, para festejar a passagem do ano e assistir ao fogo de artifício na cidade

Um navio de cruzeiro ficou esta sexta-feira retido no terminal de Santa Apolónia, em Lisboa, depois de vários membros da tripulação terem testado positivo à covid-19. 

O Aidanova, um navio proveniente da Alemanha, que conta com 4197 passageiros a bordo, entre 1353 tripulantes e 4197 passageiros, tinha como destino Lanzarote, Espanha. Antes, contudo, tinha prevista uma escala para esta noite no Funchal, no arquipélago da Madeira, para assistir ali ao fogo de artifício da passagem do ano.

No entanto, um surto de covid-19 entre os membros da tripulação alterou os planos, obrigando o navio a atracar em Lisboa, proibindo a saída dos milhares de passageiros, de vários nacionalidades, maioritariamente alemã, no porto da capital, onde permanecerão até ao próximo domingo, dia 2 de janeiro.

Inicialmente, as autoridades indicaram que tinham sido identificados 14 casos de infeção entre os tripulantes, um número que entretanto aumentou para 52.

Em declarações à Lusa, o comandante Vieira Branco precisou que as autoridades sanitárias, após a realização dos devidos procedimentos, deram autorização aos passageiros e tripulantes não infetados, e que ainda permaneciam a bordo, para sair do navio cruzeiro.

Segundo relatou à Lusa o capitão do Porto de Lisboa, no dia da chegada a Lisboa, e por imposição legal para saída do navio, todas as pessoas foram testadas e foram detetados 14 casos positivos entre a tripulação, “todos vacinados e assintomáticos”, que foram retirados para unidades hoteleiras da cidade.

Posteriormente, explicou o comandante Vieira Branco, já no dia 30 de dezembro, foram detetados mais 38 casos, elevando para um total de 52 tripulantes infetados com covid-19, sendo que todas estas pessoas estão vacinadas e estão assintomáticas ou manifestam sintomas ligeiros da doença.

O capitão do porto de Lisboa e comandante local da Polícia Marítima de Lisboa adiantou que o plano do navio seria deixar Lisboa no dia 30 de dezembro com destino ao Funchal, na ilha da Madeira, o que acabou inviabilizado pelas autoridades nacionais de saúde.

De acordo com o comandante Vieira Branco, a autoridade de saúde determinou também que estavam proibidas as saídas do navio de tripulantes e passageiros e durante a noite de dia 30 foi feita uma avaliação da situação a bordo.

“Hoje [sexta-feira] de manhã, feita a avaliação global, a autoridade de saúde determinou que os 38 poderiam desembarcar, o que aconteceu ao final da tarde. Também em face de estarem assintomáticos foram desembarcados para unidades hoteleiras”, adiantou.

Acrescentou que, ao final da manhã, as autoridades de saúde determinaram que “não havia nenhuma necessidade de manter a restrição para os outros passageiros e tripulantes que estavam negativos para sair de bordo”, tendo também sido levantadas as restrições à saída do navio cruzeiro.

“Neste momento, o navio não tem nenhuma limitação de movimentação dos passageiros e tripulantes que estão a bordo, estão todos negativos, e de saída do navio”, garantiu.

No entanto, e de acordo com o comandante Vieira Branco, o armador do navio entendeu manter-se no porto de Lisboa até ao dia 2 de janeiro de 2022, estando prevista a saída nesse dia, às 18h00, para Lanzarote, nas Ilhas Canárias, em Espanha.

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