Benfica-Sp. Braga, 2-2 (destaques)

2 out 2000, 22:32

Chano de faxina ao meio-campo O espahhol entrou e arrumou a casa encarnada, estando na base da quase-vitória. Castanheira foi grande entre os bracarenses numa noite em que futebol agradece o espírito positivo da equipa de Cajuda e o árbitro andou a confundir-se com os jogadores visitantes, equipados de negro. Dani fez crescer água na boca e Diogo Luís mostrou que podem contar com ele.

Chano

Calado, entregue a uma missão solitária à frente da defesa encarnada e a braços com um Castanheira endiabrado, estava a ter dificuldades em fornecer aos homens mais adiantados - Dani e Poborsky - o primeiro apoio de que necessitavam para sairem a jogar de forma consistente. Chano entrou para jogar toda a segunda parte e conseguiu-o desde o segundo minuto em campo, já que no primeiro viu um amarelo (precisamente por derrubar Castanheira). O espanhol, senhor de larga experiência, arrumou o meio-campo do Benfica e pôs a equipa a jogar. No primeiro golo teve soberba abertura a desmarcar Sabry na esquerda, no segundo repetiu a proeza para o lado contrário, onde estava Poborsky pronto para ir à linha e oferecer o golo ao Hooijdonk. Grande e decisiva a exibição de Chano. 

Estreia I - Dani

O internacional que veio do Ajax mostrou, em 90 minutos, que o Benfica pode contar com ele e muito tem a ganhar com a aposta neste regresso de mais um craque ao futebol português. Dani ainda está meio «perro» e falta-lhe velocidade de explosão e reacção, mas os pormenores que deliciaram a plateia e, sobretudo, os brilhantes passes que fez no desenvolvimento de ataques fazem crescer água na boca aos adeptos encarnados. 

Estreia II - Diogo Luís

Seguro e aparentemente pouco impressionado com o peso da camisola principal do Benfica, este lateral-esquerdo «prata da casa» pode perfeitamente ser carta no baralho de Mourinho. Não arriscou muito, pois então, mas até apareceu de vez em quando lá na frente. Riva e Edmilson, consoante a onda de ataque bracarense, são adversários de respeito. Diogo não se intimidou e foi à luta, perdendo alguns lances e ganhando muitos. Um passe precipitado para o meio, que originou perigoso contra-ataque do Braga, não chega para escurecer uma exibição agradável. Será para continuar? 

Castanheira

Está um senhor jogador este esquerdino que já foi internacional português ao serviço das selecções jovens. Tecnicista quanto baste para resolver os assuntos sem embaraços, tem uma leitura de jogo rapidíssima e na maior parte das vezes muito eficiente. Jogando atrás do «tridente» ofensivo Edmilson-Fehér-Riva, é o cabo dos trabalhos para o meio-campo contrário. Além da vocação atacante «à número dez», tem um notável espírito de missão que faz dele uma barreira eficaz quando se trata de defender, aliviando as preocupações de Barroso e Tiago, os médios mais defensivos. 

Será milagre o que vem do banco?

A discussão é tão antiga quanto o são as substituições no futebol, que já remontam a 1970. Quando um treinador coloca novos jogadores em campo há sempre duas hipóteses - ou as coisas correm bem ou correm mal. Como La Palisse diria. A questão principal vem depois. Conforme as conveniências, diz-se que há mérito ou sorte quando correm bem e que há azelhice ou azar quando correm mal. Estamos longe, muito longe, da veleidade das verdades absolutas, por isso ficam os factos: Mourinho fez entrar Chano, Sabry e João Tomás, eles construíram o primeiro golo; Cajuda colocou em campo Artur Jorge, ele, que até é central, empatou o jogo para o Braga. Milagres? 

Atitude do Sp. Braga

Impante e orgulhoso do que já fez, como que a querer mostrar por que é que chegou a líder do campeonato em jornada mais adiantada que o costume, o Braga entrou no Estádio da Luz disposto a discutir o jogo. Fê-lo bem e chegou ao intervalo a ganhar. A pressão encarnada da segunda parte trouxe à tona outra versão da equipa de Cajuda, quem sabe até se mais importante tendo em vista os objectivos traçados: humildes, os jogadores lutaram como puderam para suster a superioridade adversária, arregaçaram as mangas e depois de estar a perder ainda acreditaram no empate. Os defensores do ferrolho dizem que vão jogar bonito aos estádios dos grandes e saem de lá goleados. Felizmente, há jogos assim a provar que o contrário é mais que possível. O futebol agradece. 

Equipamento do árbitro

A evolução na indústria dos equipamentos desportivos tem destas coisas. Já não bastava ver o Benfica de azul escuro, o Porto de amarelo canário ou o Sporting de verde fluorescente, tinha agora o Braga, tão vermelho e branco que até lhe chamam arsenalista, que vir jogar de preto! Deve ter sido qualquer coisa como isto que passou pela cabeça de Lucílio Baptista. Defensor da tradição, o árbitro setubalense equipou-se... de preto. A confusão foi evidente e era fácil de evitar.

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