Ottmar Hitzfeld - Apagar as mágoas de Barcelona-99

22 mai 2001, 17:52

Liga dos Campeões (final)

Otmar Hitzfeld, carismático treinador do Bayern de Munique, é um dos homens mais populares na Alemanha. Depois de ter dito sim ao cargo no histórico clube da Bundesliga no dia 1 de Julho de 1998, conquistou o título de campeão nacional em três épocas consecutivas (1998/99, 1999/00 e 2000/01). Este é o homem que terá como responsabilidade acabar com o insucesso dos bávaros na Liga dos Campeões, competição que não vencem desde 1975/76. 

No entanto, a fama já vem dos tempos em que levou o Borussia de Dortmund a dois títulos nacionais (1994/95 e 1995/96), à conquista da Liga dos Campeões (1996/97) e à Taça Intercontinental (1996/97). Hitzeld teve talvez o seu dia mais difícil na final da competição europeia mais importante de clubes de 1998/99, frente ao Manchester United. Os bávaros baquearam nos últimos minutos, quando já pareciam ter quebrado um jejum de 23 anos. «Ultrapassa-se a dor e depois encontram-se novos objectivos», foi uma frase que ficou famosa. E esse objectivo volta a ser a conquista da Liga milionária na sua presente edição. 

Depois da vingança nos quartos-final da Liga dos Campeões deste ano, em Old Trafford primeiro (0-1) e no Olímpico (2-1), quinze dias depois, os bávaros eliminaram o Real Madrid nas meias-finais, precisamente com os mesmos resultados. O mais difícil parece estar ultrapassado. Pela frente, encontram-se os «repetentes» do Valência, que perderam a última edição da prova para o Real Madrid. 

«Não há substituto para a vitória» 

Ambicioso. Este é o melhor adjectivo para descrever Otmar Hitzfeld, habituado aos grandes jogos, à ansiedade, à glória. Começou a sua carreira de treinador no Aarau (Suiça), de 1984/85 a 1987/88. Passou depois para o Grasshopper, uma das mais prestigiadas formações helvéticas. Foi o treinador principal dos gafanhotos de 1988/89 a 1990/91. O seu sucesso por terras suíças trouxe-lhe o convite do Borussia de Dortmund. Construiu uma equipa de campeões ¿ Paulo Sousa passou por lá, no ano de ouro da final ganha à Juventus, 3-1 em Munique - e os títulos sucederam-se. Foram os melhores momentos da formação germânica nos últimos anos. 

Quando chegou ao Bayern, Hitzfeld tinha de recuperar um conjunto que tinha perdido o título nacional de 1997/98 para o Kaiserslautern. Mais uma vez o sucesso bateu-lhe à porta. Lutando sempre até ao fim. Com a decisão a ser sempre favorável nas últimas jornadas. Recuperou o reinado para os bávaros, inconstantes nas últimas épocas. Também por sua culpa, pelo menos no período em que orientou o Dortmund. 

O homem que diz não existir substituto para a vitória pode esta quarta-feira prosseguir a sua senda de êxitos. Recuperar um título europeu para o Bayern, que o conjunto persegue desde 1975/76, seguindo o exemplo do conseguido pelo Dortmund em 1997. Para já tem um adversário à altura: Héctor Cúper, treinador do Valência. E contra o capitão Effenberg estará o capitão Mendieta. O jogo promete. E se perder, Hitzfeld vai certamente «ultrapassar a dor e encontrar novos objectivos».

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