Partido não vai fazer qualquer anúncio até segunda-feira, mas os votos recolhidos já chegam para a nomeação
A vice-presidente dos Estados Unidos é, oficialmente, a candidata do Partido Democrata à presidência, depois de ter recebido a confiança da maioria dos representantes do Comité Nacional Democrata (DNC).
O anúncio foi feito por Jaime Harrison, diretor do DNC, ainda que os resultados não tenham sido tornado oficiais. Trata-se apenas de uma formalidade, até porque Kamala Harris era a única concorrente à posição, aberta depois da desistência de Joe Biden.
Este desfecho era tão esperado que o DNC não vai fazer qualquer anúncio oficial dos resultados até à próxima segunda-feira, altura em que o processo de votação vai encerrar para eleger os delegados da Convenção Democrata Nacional, que se vai realizar no próximo mês.
Confirma-se, assim, que Kamala Harris é a primeira mulher negra e a primeira mulher indiana a receber uma nomeação presidencial num dos dois maiores partidos dos Estados Unidos.
Esta é uma votação que está a decorrer um pouco diferente do habitual, uma vez que os votos estão a chegar de forma virtual, num processo feito à última da hora e que serviu para fechar a questão antes do encerramento das urnas do Ohio.
Uma mudança que nada tem que ver com a saída de Joe Biden, uma vez que o processo já estava previsto ser assim desde maio, ainda o atual presidente estava bem embrenhado na corrida.
Kamala Harris já confirmou que vai aceitar formalmente a nomeação na próxima semana, depois de concluída a votação nominal virtual na segunda-feira.
"Sinto-me honrado por ser a presumível candidata democrata à presidência dos Estados Unidos", disse a vice-presidente através de uma chamada virtual. "Aceitarei oficialmente a vossa nomeação na próxima semana, quando o período de votação virtual estiver encerrado. Mas já estou feliz por saber que temos delegados suficientes para garantir a nomeação e, no final deste mês, reunir-nos-emos em Chicago, unidos como um só partido, onde teremos a oportunidade de celebrar juntos este momento histórico".
Kamala Harris tem agora menos de 100 dias para convencer os eleitores norte-americanos a apoiá-la contra o ex-presidente republicano Donald Trump.
“Não vai ser fácil, mas vamos lá chegar. E como vossa futura presidente, sei que estamos à altura do desafio desta batalha”, garantiu, numa intervenção telefónica transmitida durante um evento de campanha.
O anúncio surgiu depois de a campanha ter dito anteriormente que tinha angariado 310 milhões de dólares (cerca de 284 milhões de euros) no mês passado, uma soma surpreendente que mostra que os doadores que antes pareciam assustados com as perspetivas para a eleição de novembro com o presidente Joe Biden, estão agora a oferecer grandes quantias de dinheiro para impulsionar a sua ‘número 2’.
Kamala Harris reuniu rapidamente o apoio democrata depois da desistência do presidente Joe Biden, cuja candidatura falhou após a sua desastrosa prestação no debate de 27 de junho contra o candidato republicano e ex-presidente Donald Trump.
A angariação de Harris, do Comité Nacional Democrata e de entidades afiliadas ultrapassou em muito o ex-presidente republicano Donald Trump, cuja campanha e vários comités disseram ter angariado 138,7 milhões de dólares (perto de 126 milhões de euros) em julho.
A opção virtual deste ano deveu-se ao prazo imposto pelo Estado do Ohio para colocar o nome do candidato democrata nos boletins de voto, 7 de agosto, sendo que a convenção só vai arrancar a 19 deste mês. Esta “chamada virtual” já estava prevista para Joe Biden, não se devendo às circunstâncias inéditas da nomeação de Harris.
Após a nomeação de Kamala Harris estar confirmada, é esperada a sua escolha para vice-presidente – que a democrata disse anteriormente ainda não estar finalizada.
Durante a convenção em Chicago, que decorrerá de 19 a 22 de agosto, haverá uma chamada cerimoniosa para assinalar a nomeação, emulando o estilo festivo de nomeações anteriores.