Moreira da Silva demite-se da OCDE e confirma candidatura à liderança do PSD: "Sou portador de um projeto capaz de renovar o PSD"

CNN Portugal , BCE (com LUSA)
14 abr 2022, 07:10

A apresentação da candidatura à liderança dos sociais-democratas está prevista para a próxima segunda-feira, 18 de abril, cerca das 17:00h, no Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa

Jorge Moreira da Silva apresentou esta quinta-feira a demissão das funções de diretor da Organização para a Cooperação para o Desenvolvimento (OCDE) e confirmou candidatura à liderança do PSD, contra Luís Montenegro.

"Tendo apresentado publicamente, há dois dias, os resultados anuais – que atingiram o máximo histórico - da ajuda pública ao desenvolvimento, acabo de comunicar ao Secretário-Geral da OCDE a minha demissão, com efeitos imediatos, das funções de Diretor da Cooperação para o Desenvolvimento, que exerço há quase 6 anos, em Paris, de forma a poder apresentar na próxima 2ª feira, 18 de abril, a minha candidatura à liderança do PSD", refere, numa publicação no Facebook.

O antigo ministro do Ambiente no Governo de Pedro Passos Coelho admitiu que esta foi uma decisão "difícil de tomar", mas que resultou de uma "profunda reflexão sobre o propósito, sobre o contexto e sobre a motivação de uma candidatura à liderança do PSD", que, aliás, já tinha sido anunciada no início deste mês pelo próprio, também no Facebook.

"Candidato-me à liderança do PSD por sentido de responsabilidade – atendendo às circunstâncias difíceis que tanto Portugal como o PSD enfrentam - e animado pela firme convicção de que sou portador de um projeto capaz de renovar o PSD, libertar o potencial de crescimento sustentável em Portugal e assegurar que os portugueses reconquistam o seu pleno direito ao futuro", justificou.

A apresentação da candidatura à liderança dos sociais-democratas está prevista para a próxima segunda-feira, 18 de abril, cerca das 17:00h, no Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa. Moreira da Silva disputa assim a liderança do partido com Luís Montenegro, que apresentou oficialmente a candidatura à presidência do PSD na quarta-feira.

Segundo o jornal Público, Moreira da Silva será recebido, nos próximos dias, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, que também já recebeu o candidato Luís Montenegro.

Na publicação, Moreira da Silva disse cessar funções de diretor na OCDE "com o sentimento de dever cumprido": "Liderei, nos últimos 6 anos, o desenho e a negociação de um conjunto alargado de reformas na arquitetura da cooperação internacional e investi todo o meu capital político num reforço, sem precedentes, da solidariedade internacional, em especial num período marcado por sucessivas crises globais (crise climática, crise dos refugiados da Síria, pandemia de Covid-19 e guerra na Ucrânia)."

"Como se verificou pela apresentação, há dois dias, dos dados anuais da ajuda pública ao desenvolvimento, esse esforço deu resultados: quando iniciei funções em 2016, o volume anual de ajuda pública ao desenvolvimento, concedido pelos 30 principais doadores internacionais aos países mais pobres, situava-se em 145 mil milhões de dólares; saio da OCDE com o valor mais alto de sempre (desde o inicio da monitorização em 1960), superando 179 mil milhões de dólares", disse ainda.

Esta será a primeira candidatura de Jorge Moreira da Silva à presidência do PSD, ao contrário de Luís Montenegro que vai disputar o cargo pela segunda vez, depois de em janeiro de 2020 ter perdido para Rui Rio, numa inédita segunda volta no partido..

Além assumir funções na OCDE, Jorge Moreira da Silva presidiu ao ‘think-tank’ Plataforma para o Crescimento Sustentável, que fundou há 10 anos e que reúne cerca de 500 pessoas de diversos quadrantes.

Em setembro do ano passado, apresentou um livro intitulado “Direito ao Futuro” no qual defendeu que se deve discutir “menos partidarite e mais políticas públicas”, e que “um líder tem de ser um líder servidor”.

Moreira da Silva tem 50 anos e foi líder da Juventude Social-Democrata (entre 1995 e 1998), deputado, eurodeputado, e primeiro vice-presidente do PSD, durante a liderança de Pedro Passos Coelho, tendo sido no seu Governo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.

Em novembro de 2020, defendeu a realização de um congresso extraordinário do PSD para clarificar a estratégia de “coligações e entendimentos” da direção de Rui Rio e atacou a “traição” aos valores do partido pela solução governativa nos Açores, com o Chega.

Foi diretor da área de Economia da Energia e das Alterações Climáticas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), secretário de Estado Adjunto do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, secretário de Estado Adjunto da Ministra da Ciência e do Ensino Superior e consultor do Presidente da República Cavaco Silva nas áreas da Ciência, Ambiente e Energia, entre 2006 e 2009.

Recebeu a insígnia Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída por este chefe de Estado, e a Comenda de Mérito Civil, atribuída pelo rei de Espanha.

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